Da Redação
Atualizado às 9h45min
O atual presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi reeleito neste domingo (7) para mais seis anos de mandato, segundo o primeiro boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país sul-americano. Pelos dados, Chávez tem 54,4% dos votos contra 44,9% de Henrique Capriles.
Na Venezuela, só são divulgadas parciais depois que a disputa está matematicamente definida, o que significa que Chávez já é presidente, mesmo que a apuração não esteja encerrada. Segundo Tibisay Lucena, presidenta do CNE, já haviam sido escrutinados cerca de 90% dos votos.
De acordo com dados divulgados pelo CNE, o presidente venezuelano recebeu 7,4 milhões de votos e Capriles obteve 6,1 milhões. Embora tenha sido uma ampla vitória, Chávez já recebeu maior apoio dos eleitores em eleições passadas. Em 2006, por exemplo, ganhou 62% dos votos frente a 36% de seu opositor, Manuel Rosales.
As transformações sociais e econômicas ocorridas na Venezuela desde a chegada de Chávez no poder, no entanto, parecem continuar pesando nos resultados das urnas. Também foi durante a Era Chávez que a Venezuela se tornou membro do Mercosul.
De acordo com informações da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, a pobreza do país caiu de 47% em 1999 para 27,8% em 2010, e a pobreza extrema reduziu 10% na mesma época. Taxas de analfabetismo, desemprego e emprego informam também caíram. A Venezuela é, hoje, o país com menor desigualdade social na América do Sul.
Ao votar na tarde de ontem em Caracas, capital do país, Chávez afirmou que sua eleição no pleito seria a consolidação do processo revolucionário iniciado desde que chegou ao poder, em 1998. “O que está em jogo nessas eleições é a independência, ou seja, o fim do modelo neoliberal, da colônia”, disse o presidente. “Muitos tomavam a Europa como referência, mas vejam o que está acontecendo agora. Que os povos de Europa consigam conter a explosão social que está em marcha”, exclamou.
Recado a oposição
Em Miraflores, o presidente lançou um apelo à oposição para que todos dialoguem e trabalham em conjunto “pela Venezuela bolivariana”. Chávez agradeceu aos “quase milhões de venezuelanos” pelo “dia histórico” e pela “altíssima participação de mais de 80%” nas urnas.
Ele também felicitou a oposição por ter reconhecido “a verdade, a vitória do povo”. “Foi realmente, como vínhamos dizendo nos últimos meses, uma batalha perfeita, democrática. Graças a Deus e à consciencia de nosso povo, não houve nenhum acontecimento hoje para lamentar”, disse.
Capriles se inspirava em governo de Lula
Henrique Carpiles, advogado de 40 anos e ex-governador do populoso estado de Miranda, buscou votos com uma campanha que prometia manter os projetos chavistas unânimes perante a população, como as missões sociais, e que aposta em pontos da insatisfação popular, como a insegurança e a polarização política.
Capriles chegou a afirmar que se inspirava no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas desistiu da retórica quando o ex-presidente brasileiro declarou seu apoio à candidatura de Chávez. Sua campanha teria sido prejudicada por um suposto “pacotão neoliberal” – o qual, de acordo com denúncia feita por Hugo Chávez seria um pacote de medidas macroeconômicas que poderia levar o país à “guerra civil”.
Após a contagem de votos, o candidato da oposição reconheceu sua derrota na eleição presidencial em uma coletiva de imprensa poucos minutos depois do anúncio do CNE. “Para saber ganhar, é preciso saber perder”, disse Capriles citado pelo El Pais. “Para mim, o que o povo diz é sagrado”, garantiu. O candidato ainda parabenizou Chávez pela vitória. Ao contrário de eleições passadas, os grupos apoiadores de Capriles não acusaram o governo de fraudar os resultados.
Com informações do Opera Mundi
