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16 de agosto de 2012
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14:05

Equador concede asilo político a fundador do Wikileaks

Por
Sul 21
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O anúncio foi feito por Ricardo Patiño, chanceler equatoriano, que argumentou que Assange (foto) corre riscos de segurança se for extraditado | Foto: Divulgação

Da Redação

O governo do Equador anunciou nesta quinta-feira (16) que concedeu asilo político a Julian Assange, fundador do site WikiLeaks. O anúncio foi feito por Ricardo Patiño, chanceler equatoriano, que argumentou que Assange corre riscos de segurança se for extraditado. Leia a íntegra do comunicado oficial. 

Patiño disse que entre as preocupações equatorianas estão a grande possibilidade de que a Justiça sueca entregue o australiano aos Estados Unidos, onde ele pode vir a enfrentar um julgamento militar, não excluindo as possibilidades de sofrer as penas de prisão perpétua ou de morte.

O australiano está desde junho abrigado na embaixada equatoriana em Londres, tentando evitar sua prisão pelas autoridades britânicas e a eventual extradição para a Suécia, país em que as autoridades querem ouvi-lo sobre supostos crimes sexuais.

Pouco após o anúncio equatoriano, o Reino Unido se disse “desapontado” com a decisão e afirmou que pretende levar adiante a decisão de extraditar Assange. Segundo Patiño, a situação enfrentada pelo jornalista é perigosa. “Ele compartilhou informações confidenciais com o mundo, o que causa chances de retaliações, que poderiam ameaçar a integridade e vida de Assange”, referindo-se aos documentos divulgados pelo Wikileaks.

O chanceler espera que o Reino Unido outorgue o salvo conduto para que Assange possa sair do país. No entanto, Londres comunicou ao Equador que qualquer pedido de salvo-conduto para Assange será negado, mesmo que o país sul-americano conceda asilo político ao fundador do Wikileaks, segundo uma nota divulgada nesta quinta-feira. Com isso, em tese, Assange poderia ser preso ao deixar o prédio da embaixada rumo ao aeroporto.

Ameaça 

O ministro de Relações Exteriores, Ricardo Patiño, disse na quarta-feira (15) ter recebido “uma ameaça expressa e por escrito” por parte do Reino Unido. Segundo o embaixador, o governo britânico disse que poderia “invadir nossa embaixada do Equador em Londres caso Julian Assange não seja entregue”.

A carta foi divulgada pelo site equatoriano Telegrafo. Nela, o governo britânico ameaça: “devem estar conscientes de que há uma base legal no Reino Unido – a Lei sobre Instalações Diplomáticas e Consulares de 1987 (Diplomatic and Consular Premises Act 1987) — que nos permitiria tomar ações para prender o Sr. Assange nas instalações atuais da embaixada”.

O caso

Assange, que lançou o Wikileaks em 2010, é procurado pela Justiça da Suécia para responder por um suposto crime sexual. Ele ainda não foi acusado ou indiciado. No Reino Unido, ele travou uma longa batalha jurídica contra sua extradição para o país escandinavo, que se recusava a interrogá-lo em solo britânico. No entanto, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que ele deveria ser extraditado. Há sete semanas, o jornalista buscou asilo na Embaixada do Equador em Londres.

Assange teme que, após ser preso na Suécia, os Estados Unidos peçam sua extradição, onde poderá ser julgado por crimes como espionagem e roubo de arquivos secretos. O Wikileaks obteve acesso e divulgou centenas de milhares de arquivos diplomáticos norte-americanos, muitos deles confidenciais.

Com informações do Opera Mundi e G1


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