Da redação
O filósofo e sociólogo esloveno Slavoj Źiźek recebeu uma carta da integrante da Pussy Riot Nadezhda Tolokonnikova. Na carta ao intelectual, a ativista russa agradece pelo apoio teórico e prático e diz que o momento de libertação política vivido é espetacular e um milagre.
Em sua resposta, que data do último domingo (26) Źiźek diz não poder expressar sua felicidade pelo contato com as ativistas. Elogiou seus atos, dizendo que são “bem pensados e baseados em profundas reflexões sobre o funcionamento do poder de opressão” e que são combinados com coragem. O esloveno também atentou as moças a ignorarem “inimigos e falsos amigos” que as considerem apenas punks provocadoras que merecem clemência. “Vocês não são vítimas indefesas pedindo por compaixão e misericórdia, são lutadores clamando por solidariedade na luta”, sentencia o filósofo, antes de expressar seu interesse em ter uma longa conversa com as músicas “quando a confusão acabar”.
Źiźek também se oferece para auxiliá-las da forma que for necessária, política ou pessoal, caso elas precisem e diz que dedicará a elas a apresentação do filme “Pervert’s Guide to Ideology” (ainda sem tradução para o português) em Toronto na próxima semana. Ele conclui sua resposta dizendo que, “por louco que pareça”, tem rezado por elas mesmo sendo ateu e espera que elas possam, pelo menos, aproveitar o tempo na prisão para ler e refletir em paz.