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29 de junho de 2012
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20:00

Paraguai é suspenso e Venezuela deve ser admitida no Mercosul

Por
Sul 21
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Da Redação

A Venezuela deve ser incorporada ao Mercosul em reunião especial do bloco, marcada para o dia 31 de junho no Rio de Janeiro. O anúncio foi feito pela presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, na parte inicial da Cúpula de chefes de Estado do bloco econômico nesta sexta-feira (29), na cidade de Mendoza. Foi anunciada também a suspensão do Paraguai do Mercosul até as eleições de abril de 2013 no país, ainda que sem aplicação de sanções econômicas.

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A entrada da Venezuela já havia sido aprovada pelos líderes de Brasil, Uruguai e Argentina, mas dependia do aval do Paraguai, que não havia ratificado a decisão em seu parlamento. Com a suspensão temporária do Paraguai após o impeachment de Fernando Lugo, abriu-se caminho político para a aprovação do ingresso venezuelano no bloco econômico.

“O Mercosul suspendeu temporariamente o Paraguai até que seja realizado o processo democrático que novamente instale a soberania popular nesse país”, disse Kirchner, lamentando os “fatos de conhecimento público” que levaram à ausência paraguaia na reunião de sexta-feira. Mesmo assim, reforçou a posição de que não se aplicará “de modo algum” sanções econômicas ao país. “As sanções econômicas nunca são pagas pelo governo, mas pelo povo”, argumentou.

Mas segundo ela, o controvertido processo de impeachment de Lugo provocou temor numa região com um passado de golpes de Estado. “O que nos une não é o amor, é o espanto”, disse, citando uma famosa frase do escritor argentino Jorge Luis Borges.

Ela chamou o impeachment relâmpago de parodia de julgamento político, argumentando que em nenhum país do mundo ocidental um presidente é condenado com tanta rapidez, com tão pouco tempo para se defender das acusações.

Mais cedo, o atual presidente paraguaio Federico Franco já havia dado a entender que buscaria outros parceiros comerciais no continente, caso a suspensão do Mercosul fosse confirmada. O governo de Franco divulgou um comunicado na quinta-feira (28) afirmando que não vai aceitar qualquer decisão tomada em Mendoza porque ninguém, a não ser o presidente do Paraguai, poderia ter convocado a reunião. O Paraguai exerce a presidência pro-tempore da Unasul.

Participam da cúpula, além de Cristina Kirchner, os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Uruguai, José Mujica, membros plenos do Mercosul. Participam ainda os chefes de Estado Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia), Ollanta Humala (Peru) e Sebastián Piñera (Chile). A Venezuela está sendo representada pelo chanceler Nicolás Maduro. A Guiana também mandou representante ao encontro.

Com informações de Agência Brasil, EFE, Folha de S.Paulo e Brasil247


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