Guilherme Santos
Neste dia 20 de março, a “foto do relho”, como ficou conhecida, completou um ano de vida. Nela aparece um apoiador do então candidato à presidência Jair Bolsonaro agredindo “de relho” um integrante do grupo que estava na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para apoiar a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a passagem da caravana Lula pelo Sul. A foto correu o país (e outros países), rendendo muitos comentários, artigos de opinião sobre suas possíveis interpretações e leituras semióticas. Entre elas, a representação do senhor da estância, o retrato do homem gaúcho do campo, se utilizando do chicote, um instrumento muito utilizado durante a época da escravidão, a fim de castigar, maltratar, punir.
Um ano depois, o simbolismo que a foto expressou se materializou em um ambiente de ódio, incerteza, conflito e violência no país. A história recontada por uma imagem de confronto em Santa Maria que poderia ser do século passado, mas que foi feita nos tempos atuais.