Entrevistas|z_Areazero
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26 de novembro de 2018
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09:58

Celso Amorim critica alinhamento com ideias de Trump: ‘bilateralismo puro e simples não interessa ao Brasil’

Por
Sul 21
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“Quer dizer que voltamos para a ideia de que pessoas podem ser parte de uma contaminação estranha?”, questiona o ex-chanceler. Foto: Joana Berwanger/Sul21

Giovana Fleck

“Não se preocupem. O Brasil terá os pés no chão”, escreveu Ernesto Fraga Araújo, futuro chanceler do governo de Jair Bolsonaro (PSL), em letras amarelas sobre uma imagem de fundo verde em seu perfil no Twitter. “Na nova política externa, vamos negociar bons acordos comerciais, atrair investimentos e tecnologia. Terá os pés no chão, mas a cabeça erguida!”, acrescentou, dizendo que a política externa “não ficará de quatro diante das ditaduras”, nem “a cabeça enfiada na terra para não ver o grande embate mundial entre o globalismo e a liberdade.”

No dia 14 de novembro, o presidente eleito anunciou Araújo como o futuro chefe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. O futuro chanceler tem mais de 28 anos de carreira no serviço público, tendo exercido funções diplomáticas em representações brasileiras em Bruxelas, Berlim e Ottawa, além de ter atuado, em Brasília, nas áreas de integração regional, assuntos financeiros e negociações comerciais. No entanto, ele nunca chefiou uma embaixada.

Em visita a Porto Alegre, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim falou da nomeação de Araújo com preocupação. “Me preocupa a visão de que o [Donald] Trump será o salvador do Ocidente. Na verdade, me preocupa esta visão de Ocidente, que é uma coisa que não existe mais. No caso do Brasil, onde mais de 50% da população tem origens africanas, como fica a representatividade do Oriente. Quer dizer que voltamos para a ideia de que pessoas podem ser parte de uma contaminação estranha?”, questionou em entrevista concedida ao Sul21.

Amorim atuou durante oito anos como chanceler, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes disso, chefiou o Ministério das Relações Exteriores por dois anos, no governo de Itamar Franco (PPS). Entre 2011 e 2015, foi ministro da Defesa no governo de Dilma Rousseff (PT).

Amorim baseia suas opiniões em declarações divulgadas por Araújo na internet. Grande parte dos pronunciamentos de futuro ministro está reunida num blog pessoal lançado por ele no dia 1º de outubro de 2017. Chamada ‘Metapolítica 17’, foi por meio da página que o futuro chanceler fez campanha política para Bolsonaro, afirmando que o PT é um “partido terrorista” que pretende instaurar um “regime do terror” e que o candidato petista à Presidência em 2018, Fernando Haddad, pretendia erguer no Brasil um “regime, um império do crime”, caso fosse eleito.

O novo chanceler também disse, no passado, que “um novo eixo socialista latino-americano, sob os auspícios da China maoísta […] dominará o mundo.” A China é, desde 2009, o principal parceiro comercial do Brasil. O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, foi um dos primeiros a se encontrar com Bolsonaro após a vitória nas urnas. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, também esteve no encontro. Jinzhang posou para foto, mas não deu declarações.

Araújo também considera que o “globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural”. “É um sistema anti-humano e anticristão.” Além disso, ele diz que é preciso “ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista”, que, segundo ele, é “de esquerda”. O aquecimento global é outro fator repudiado em seu blog, sendo diminuído ao ser tratado por “climatismo”.

Para Amorim, existe não apenas um interesse do próximo governo em conduzir uma política de aproximação e priorização do norte global, sobretudo com os Estados Unidos, como um tipo específico de crença ocidentalista que permeia boa parte do alto escalão da equipe de Bolsonaro. “Há uma visão militante que procura acentuar diferenças e choques, além de conflitos entre pretensas civilizações. Eu não vejo a civilização ocidental como algo evoluído ou mais evoluído em comparação com outras partes do mundo.”

Desde que foi eleito, Bolsonaro já prometeu fechar a embaixada da Palestina em Brasília e mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. O anúncio levou o governo do Egito a suspender uma reunião que teria com empresários e com o atual chanceler brasileiro. Depois, voltou atrás, dizendo que a questão da embaixada em Israel não estava totalmente fechada.

No mesmo dia em que anunciou o nome de Araújo para o Itamaraty, Bolsonaro enfrentou uma crise com Cuba. O país caribenho anunciou o fim da parceria com o programa Mais Médicos em razão das posições do presidente eleito. “Além de explorar seus cidadãos ao não pagar integralmente os salários dos profissionais, a ditadura cubana demonstra grande irresponsabilidade ao desconsiderar os impactos negativos na vida e na saúde dos brasileiros e na integridade dos cubanos”, disse o presidente eleito no Twitter.

“Me preocupa a visão de que o [Donald] Trump será o salvador do Ocidente”, aponta Amorim. Foto: Joana Berwanger/Sul21

Confira a entrevista completa:

Sul21 – Como a nomeação de Ernesto Fraga Araújo como futuro ministro das Relações Exteriores pode afetar o que vem sendo feito em termos de política externa no governo brasileiro?

Celso Amorim: Eu prefiro não entrar em características pessoais. Outros estão comentando sobre isso. Deixa para lá. Mas algumas coisas me preocupam. Me preocupa a visão de que o [Donald] Trump será o salvador do Ocidente. Na verdade, me preocupa esta visão de Ocidente, que é uma coisa que não existe mais. No caso do Brasil, onde mais de 50% da população tem origens africanas, como fica a representatividade do Oriente. Quer dizer que voltamos para a ideia de que pessoas podem ser parte de uma contaminação estranha? Essa possibilidade, que caminha junto com uma visão de superioridade do Ocidente, me preocupa.

Uma política baseada nessa visão é preocupante, especialmente se alinhada com as ideias de Trump. Ele mantém uma política de cercamento – elevando muros na fronteira com o México, afirmando que não exclui a ação militar na Venezuela… Então, mesmo que seja da boca para fora, isso inspira movimentos extremistas. Possivelmente até ações terroristas. Isso é preocupante, ver um exemplo nessa pessoa.

Sul21 – O Brasil, historicamente, se manteve alinhado ao multilateralismo – sem enfatizar apoio a uma política externa de país específico. Corremos, então, o risco de adotar ações unilaterais?

Celso Amorim: Isso é algo que vem desde os governos militares. Talvez logo no início da Ditadura Militar, no período de Castelo Branco, pudéssemos avaliar que o Brasil tendia mais para um lado. Mas não era nem com os Estados Unidos, era uma coisa mais relacionada a valores cristãos e nacionais. Havia, também, a disputa entre comunismo e capitalismo. Hoje em dia, o comunismo só existe na cabeça dessas pessoas.

Passando pelos governos de Fernando Henrique [Cardoso (PSDB)], do [Fernando] Collor (eleito presidente pelo PRN, atualmente no PTC)… De todos esses governos, por mais divergentes que fossem. Ninguém nunca se atreveu a colocar em dúvida nossas normas internacionais. Até agora. Trump questiona essas regras a todo o momento.

Sul21 – Há falta de visão crítica do governo Trump nas manifestações de Araújo e Bolsonaro?

Celso Amorim: Não sei mais dizer o que é verdade ou não tendo origem na internet. O blog de Araújo pode ou não ser original. É necessário muita imaginação para escrever aquilo. Dizer que as normas internacionais são fruto do comunismo, de uma visão ‘globalista’ dos comunistas, é algo muito surpreendente. O que ele fala sobre o clima e o aquecimento global, que é algo que interessa a todo mundo… Isso é um mimetismo em relação à política norte-americana que não tem sentido nenhum.

Sul21 – Como o senhor avalia a política externa do governo Temer e como pode ser comparada com o que já foi dito por Bolsonaro e Araújo?

Celso Amorim: O governo Temer já fez muito para enfraquecer a política externa brasileira. Mas, tirando a questão da Venezuela, penso eu, em que se teve a má ideia de isolar a Venezuela, tirando ela do Mercosul, e também, em relação à Unasul, que ficou extremamente limitada, o governo pecou mais por omissão e ausência do que por outra coisa qualquer.

Agora, aparentemente, há uma visão militante de uma certa visão de mundo que procura acentuar diferenças e choques, além de conflitos entre pretensas civilizações. Eu não vejo a civilização ocidental como algo evoluído ou mais evoluído em comparação com outras partes do mundo.

Existe uma expressão que, para quem gosta muito do passado, é necessária: “A África civiliza a América”. Pois, justamente, foi o trabalho escravo que construiu o Brasil e os Estados Unidos. Então, essa visão de civilização ocidental não convence.

“Foi o trabalho escravo que construiu o Brasil e os Estados Unidos. Então, essa visão de civilização ocidental não convence.” Foto: Joana Berwanger/Sul21

Sul21 – Quais são os riscos da continuidade desta política de omissão do Brasil na comunidade internacional e de um possível isolamento?

Celso Amorim: Seremos prejudicados em todos os aspectos. Eu não concordo com essas iniciativas, já que o objetivo principal de toda política externa é defender a paz e os interesses nacionais. Visões que se distanciam disso não são positivas.

Mas, acredito que os principais prejuízos que serão sentidos serão econômicos e sociais. Eu não sei até que ponto o que está sendo dito será levado para a prática. Mas, de certa maneira, as próprias palavras já criam um prejuízo.

Quando o presidente eleito fala sobre a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, o que foi dito sobre os médicos cubanos… Tudo isso já está nos prejudicando. Se levarmos isso a ferro e fogo, então…

Sul21 – O agronegócio é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros. Como ele pode ser impactado com uma mudança de posicionamento internacional?

Celso Amorim: É curioso. O agronegócio foi quem mais apoiou essa candidatura. E esse é o setor que vai ser o mais prejudicado. Além disso, foi o que mais se beneficiou no governo Lula. Eu digo isso pois, se vemos uma política industrial forte – que tem criado incentivos a eixos específicos, como a indústria naval – há relação com a integração de uma política externa voltada para isso e os interesses da agro-indústria.

O agronegócio se beneficiou muito das nossas negociações na OMC (Organização Mundial do Comércio), onde ganhamos casos como o do algodão (quando o Brasil contestou subsídios concedidos aos produtores de algodão estadunidenses) e do açúcar (na época, a organização considerou ilegais os subsídios europeus à produção).

Abrimos o mercado para os países árabes, abrimos mercado para a Rússia, abrimos mercado para a China. Mercados que não existiam ou eram muito pouco explorados. Como ficam essas negociações a partir de uma visão ‘globalista’?

Sul21 – O senhor especula como a relação entre o Brasil e os países do Mercosul (Mercado Comum do Sul) poderia mudar?

Celso Amorim: Há um desprezo aparente no discurso político do governo eleito sobre a América do Sul. O problema, é que os países latino americanos são os nossos principais compradores de manufaturas. Fala-se tanto na melhoria da qualidade das nossas exportações, no aumento do valor agregado. Para a Argentina, por exemplo, exportamos cerca de 90% em manufaturas.

É difícil perceber qual vantagem se pode tirar de uma política que exclui a América Latina do nosso planejamento. Mas, para falar a verdade, não sei qual pode ser o futuro do Mercosul. Sempre desconfio um pouco desse choque de realidade, em que o discurso muda. No início do governo Temer, chegou-se a cogitar fechar embaixadas na África. No final, isso acabou não acontecendo. Menos mal. Eu prefiro que seja incoerente e na prática desminta o que foi dito na teoria.

Com relação ao Mercosul, o governo Temer errou muito, ao meu ver, na questão da Venezuela e do isolamento do país tanto no Mercosul quanto na Unasul. Ali, a política externa começou a se desfazer. Ainda assim, na parte econômica do Mercosul, houve uma continuidade da manutenção do que estava acordado.

Me preocupa essa ideologia da procura do inimigo, do adversário – muito presente no discurso de Trump. No Estados Unidos, se endeusa a figura do presidente, mesmo com um discurso caracterizado pela misoginia e pela xenofobia.

Aqui no Brasil, recentemente, nosso presidente eleito comentou que o Brasil não tem fronteiras. Isso é negar a trajetória de imigrantes e refugiados. Mesmo que o Brasil tenha adotado uma política generosa, foi mínima. Não é só chegar aqui, as pessoas precisam de emprego. Hoje, lidamos com um número absurdo de desempregados. Não tem emprego para ninguém.

É uma espécie de Dom Quixote ao contrário. Dom Quixote era um idealista. Agora, estamos inventando moinhos de vento para atacá-los.

“Não sei até que ponto, para um governo composto por tantos militares, seria interessante, do ponto de vista estratégico, ceder a outros governos.” Foto: Joana Berwanger/Sul21

Sul21 – Existem zonas estratégicas no Brasil, como o Centro de Lançamento de Alcântara – que vem sendo sondado pelos Estados Unidos – o sistema de bacias da Cantareira – cujos níveis baixos impactam na agricultura – e muitas outras que são visadas por outros países ou afetam a economia de forma direta. Como essas áreas podem ser utilizadas, tendo em vista essa possível aproximação com os Estados Unidos?

Celso Amorim: A base de Alcântara é de extrema importância por se localizar nas proximidades da Linha do Equador e economizar combustível nos lançamentos de foguetes e satélites. Então, todos se interessam. O problema dos americanos é que eles fazem exigências enormes. Eu não sei se, hoje em dia, as negociações não pioraram. Antes do governo Lula, a hipótese de transferência de controle sobre a base foi desconsiderada por ceder espaço de soberania brasileira. Chegou-se a cogitar uma entrada dos Estados Unidos em Alcântara; mas se tivesse sido efetivado, brasileiros não poderiam entrar na base – o que é inadmissível – e não haveria nenhuma troca de tecnologia.

Nós temos que manter o controle e negociar sem cláusulas que possam ferir nossa autoridade. Não sei até que ponto, para um governo composto por tantos militares, seria interessante, do ponto de vista estratégico, ceder a outros governos.

Sul21 – O senhor vê a possibilidade de um movimento de proteção ao patrimônio nacional no novo governo? Como isso seria executado?

Celso Amorim: Por exemplo, veja a Embraer (conglomerado fabricante de aviões). É um patrimônio brasileiro de desenvolvimento tecnológico. Tive que defender a Embraer veementemente na OMC de ataques comerciais, especialmente do Canadá. Minha defesa foi baseada no fato de que, através da empresa, criamos parte do patrimônio de um país em desenvolvimento. Criamos tecnologia de ponta em uma área pouco explorada na América Latina. E foi, de fato, algo de extrema importância para a economia brasileira nos últimos anos. Deve haver uma sinergia entre a parte comercial e a parte política.

Sul21 – Qual a sua avaliação sobre a maneira como o Brasil tem lidado com a expansão de países asiáticos, especialmente a China?

Celso Amorim: A China é um grande mistério. Bem, talvez não um mistério, mas um grande desafio para todo o mundo. Isso pelas expectativas em torno do seu crescimento. A forma como o país avançou superou qualquer previsão.

Eu participei da primeira parceria estratégica com China. Ao contrário do que muitos pensam, não foi no governo Lula, foi no governo de Itamar Franco (PPS). A primeira visita bilateral feita pelo presidente da China na época foi ao Brasil. Havia, na época, uma visão de longo prazo, pensando em abastecimento. Para nós, era algo interessante, resultando em um grande saldo comercial.

Por isso os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são importantes. Os BRICS são uma maneira de equilibrar o poder econômico e político e no mundo. No seu conjunto, se tornam uma forma de enfrentamento importante à União Europeia e aos Estados Unidos. Mas, também, equilibram as relações com a China. Afinal, devemos buscar o equilíbrio dentro dos BRICS. Claro que tudo isso exige muita negociação, muita política e muita diplomacia. Não é algo que se faça assim, matematicamente, mas é uma possibilidade.

Adotar uma política como essa faz com que se deixa de lado dois aspectos. Primeiro, o bilateralismo puro e simples não interessa ao Brasil. O Brasil é um país que se beneficia de visões multilaterais. Essa é uma das coisas que me preocupa na visão trumpista que, aparentemente, foi adotada pelos novos nomes do governo.

“Seria lamentável cairmos em uma política unilateral. Fariam do Brasil o “celeiro do mundo”. Seria empobrecer o Brasil.” Foto: Joana Berwanger/Sul21

Sul21 – Bolsonaro foi eleito com discurso ultraliberal. É possível que haja uma abertura unilateral, como defendem membros desta corrente, sem contrapartidas?

Celso Amorim: Bolsonaro fala pouco de economia. Quem fala por ele é seu futuro ministro da Fazendo, Paulo Guedes. Se levarmos em conta as opiniões dele, eu temo muito que sim, essa venha a ser nossa realidade. Temo o unilateralismo sem nada em troca, onde o Brasil se torne um país…

Eu não teria nada contra se isso fosse feito de forma que respeitasse a Amazônia, que não destruísse as terras indígenas, que respeitasse as pessoas. No governo Lula, conciliamos o crescimento da pequena propriedade como abastecedor do mercado interno e ao mesmo tempo fortalecemos o agronegócio – o que contribuiu para a manutenção de uma situação financeira confortável no mundo.

Se você abre totalmente o mercado, acaba-se com a indústria. É a indústria que garante emprego. É a indústria que estimula o desenvolvimento de novas tecnologias. Seria lamentável cairmos em uma política unilateral. Fariam do Brasil o “celeiro do mundo”. Seria empobrecer o Brasil.

Sul21 – Adotar esse discurso mostra despreparo?

Celso Amorim: Eu não sei se é despreparo ou certo atrapalhamento… Não saber é difícil, desconhecer é difícil. Tem pessoas com doutorado por trás desse discurso. É convicção mesmo de que é melhor para o país.

Essa desindustrialização aconteceu na Argentina. Foi algo brutal durante os governos militares. A ditadura brasileira foi um pouco diferente nesse sentido. Os defeitos foram absurdos, não podemos ignorar isso, mas do ponto de vista de desenvolvimento industrial, houve grande incentivo no governo de [Ernesto] Geisel (1974-1979). Existia mais burguesia nacional naquele momento do que hoje.

Eu me pergunto como se posicionam os militares que irão compor o governo Bolsonaro. Estou preocupado com a visão de uma total abertura comercial. Quando eu era jovem chama-se isso de ‘entreguismo’, mas hoje em dia eu não sei mais.


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