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5 de março de 2017
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17:21

A ‘mula’ do presidente e o escândalo sem nome

Por
Luís Gomes
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A ‘mula’ do presidente e o escândalo sem nome
A ‘mula’ do presidente e o escândalo sem nome
Eliseu Padilha (dir.) é um dos principais aliados políticos de Michel Temer | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Por João Filho
Do The Intercept Brasil

Em 2005, Roberto Jefferson (PTB) deu uma entrevista bombástica para Renata Lo Prete revelando um esquema de compra de apoio de deputados pelo governo. Em uma entrevista curta, Jefferson disse a palavra “mensalão” 17 vezes. O escândalo já vinha batizado e atormentaria o governo Lula e o alto escalão do PT por muitos anos. À época, o assunto foi tão explorado e martelado na cabeça dos brasileiros, que muito se duvidou da reeleição de Lula. O ex-senador do PFL (ex-Arena, atual DEM) e filhote da ditadura militar Jorge Bornhausen chegou a decretar a morte do PT com uma frase reveladora da sua alma: “Estou é encantado (com a crise do mensalão), porque estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos”.

José Yunes, ex-assessor e amigo de mais de cinco décadas de Michel Temer, deu uma declaração igualmente bombástica na semana passada revelando a existência de uma estratégia para eleger parlamentares fiéis a Eduardo Cunha. Yunes ficou sabendo disso pela boca de Lúcio Funaro – doleiro, lobista, operador das propinas de Cunha e que foi preso na época do mensalão – em setembro de 2014, às vésperas das eleições daquele ano. Este honorável cidadão relatou dessa maneira o esquema para Yunes:

“A gente está fazendo uma bancada de 140 deputados, para o Eduardo (Cunha) ser presidente da Câmara”.

O melhor amigo de Temer ouviu essa frase quando o doleiro, a mando de Eliseu Padilha, passou em seu escritório para deixar um “pacote” misterioso que alguém buscaria mais tarde. Segundo delação de ex-executivo da Odebrecht, o tal “documento” na verdade eram R$ 4 milhões em dinheiro vivo, que era parte de uma propina de R$10 milhões repassada para o PMDB. Yunes se viu sendo “mula” de Padilha e resolveu contar tudo para o presidente não eleito, que, à época, era candidato à vice de Dilma.

Confira a íntegra da matéria no The Intercept Brasil.


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