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22 de novembro de 2016
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10:01

Com salários parcelados e sem vales, funcionários de terceirizada da UFRGS pedem resposta da reitoria

Por
Sul 21
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Com salários parcelados e sem vales, funcionários de terceirizada da UFRGS pedem resposta da reitoria
Com salários parcelados e sem vales, funcionários de terceirizada da UFRGS pedem resposta da reitoria
18/11/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Reitoria se reúne no ILEA, Campus do Vale, com estudantes que ocupam prédios da UFRGS. Foto: Maia Rubim/Sul21
Funcionários ligados à empresa Multiágil se reuniram no campus do Vale, na sexta (18) | Foto: Maia Rubim/Sul21

Luís Eduardo Gomes
Fernanda Canofre

Enquanto uma parcela dos professores e alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está paralisada em protesto às políticas de governo para a educação, funcionárias de uma das empresas terceirizadas contratada pela instituição para fazer serviços gerais também protestam. As reclamações dos funcionários contratados pela empresa Multiágil incluem o atraso e parcelamento frequente dos salários, vale-alimentação e férias, além do não-pagamento de vale-transporte.

A primeira reclamação nossa é o atraso de salários, que é constante, não é aleatoriamente. Sempre temos entre 10 e 15 dias de atraso. O vale-alimentação também, além de parcelado, atrasa”, diz Adriana da Cunha, contratada há dois anos e meio pela Multiágil e presidente da Associação dos Terceirizados Unidos. “O que a gente quer é que a UFRGS enxergue a gente e possa fazer alguma coisa. O que está acontecendo aqui pra mim é um tipo de escravização, porque a gente trabalha com medo, com salários atrasados, sem vale-transporte, a gente está sendo punido”.

Na última sexta-feira (18), funcionários ligados à empresa convocaram uma reunião para discutir os problemas que enfrentam e cobrar um posicionamento da Reitoria. Entre os pedidos que serão levados à instituição estão: o fim do contrato da UFRGS com a terceirizada; a incorporação dos funcionários ligados à Multiágil ao quadro da universidade e que a mesma possa oferecer melhor estrutura para terceirizados, como vestiário e refeitório. A ideia é que um documento oficial com as reivindicações seja entregue ainda esta semana à Reitoria.

Os funcionários reclamam ainda da coação que estaria sendo feita por superiores – ligados à empresa terceirizada – usando táticas como troca de postos e horários, como forma de intimidar aqueles que reclamam da situação. “Se tu faz uma participação, tu te nega a trabalhar, sem salário, sem passagem, sem alimentação, eles te trocam de posto. Como no contrato com a Multiágil tem uma cláusula que eles podem mexer de acordo com a demanda, a gente fica de mãos amarradas”, explica a funcionária Rosana Pimentel. Segundo ela, esse seria também um dos motivos porque a adesão entre os colegas tem sido baixa.

As funcionárias ouvidas pela reportagem do Sul21 dizem ainda que outras terceirizadas ligadas à UFRGS cumprem com as obrigações junto aos funcionários. A Multiágil seria a única com problemas. A empresa é responsável por serviços gerais internos, além de jardinagem e coleta de lixo em todos os campi da universidade.

Procurada pela reportagem, a Gerte – Gerência de Serviços Terceirizados – disse que só se pronuncia através da assessoria de imprensa da UFRGS. Até o fechamento dessa matéria, a UFRGS não havia retornado ao contato do Sul21.


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