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29 de março de 2016
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18:35

Por aclamação, PMDB abandona a base do governo Dilma

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Sul 21
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PMDB deixa o governo Dilma Rousseff, em decisão por aclamação comandada por Eduardo Cunha e Romero Jucé (PMDB Nacional)
PMDB deixa o governo Dilma Rousseff, em decisão por aclamação comandada por Eduardo Cunha e Romero Jucá
(PMDB Nacional)

Da Redação*

Por aclamação, o Diretório  Nacional do PMDB decidiu nesta terça-feira (29) deixar a base aliada do governo da presidenta Dilma Rousseff. A decisão foi anunciada pelo senador Romero Jucá (RR), vice-presidente da legenda, que substituiu o presidente nacional do partido, Michel Temer, vice-presidente da República. O PMDB também decidiu que os ministros do partido deverão deixar os cargos. Participaram da reunião mais de 100 membros do Diretório Nacional da sigla.  A reunião contou com algumas ausências, como a do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).

“A partir de agora teremos uma atuação independente. Não gosto de usar a palavra desembarque porque há setores do PMDB que nunca embarcaram neste governo, como é o meu caso”, afirmou Jucá, que participou do palanque do senador tucano Aécio Neves na campanha presidencial de 2014.  “O que acontecerá de agora em diante é que cada votação será discutida de forma isolada pelo partido e a decisão será tomada conforme a orientação da bancada”, acrescentou o parlamentar.

Jucá foi enfático também ao dizer que “quem quiser continuar mantendo o cargo que possui que arque com suas consequências”, numa forma de enfatizar que a posição será de ordem pessoal por parte de cada peemedebista, mas este cargo não será considerado como da cota do partido. Apesar da maneira contundente do senador Romero Jucá se posicionar, a reunião teve alguns itens acordados antecipadamente de forma a evitar uma situação mais hostil por parte dos peemedebistas.

Em primeiro lugar, a própria votação em si, que foi definida pelo número de integrantes da legenda a levantarem o braço. Em segundo lugar, pela proibição feita no início da manhã à realização de discursos – uma outra maneira de evitar confrontos – e por fim, na decisão tomada pelos caciques da legenda poucas horas antes da reunião de não mais estabelecer um prazo até 12 de abril para que os peemedebistas deixem os cargos no governo. Essa posição agora fica a critério de cada um, contanto que assumam os riscos das decisões a serem tomadas.

Dúvidas entre ministros

Entre os ministros, ainda suscitam dúvidas também o posicionamento de alguns dos principais integrantes do primeiro escalão do governo que são da sigla. Devem deixar os cargos o ministro dos Portos, Helder Barbalho (PA), o ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes (MG), e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (AM). Mas continuam no governo e estudam como vão se posicionar – se trocam de partido ou conseguem uma licença para seguir à frente de tais cargos – os ministros da Saúde, Marcelo Castro (PI), Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (RJ), e da Agricultura, Kátia Abreu (TO).

“Já saímos tarde. Não há mais a menor condição de permanecer neste governo. O diálogo do Palácio do Planalto conosco é inexistente e os peemedebistas querem o afastamento da presidenta”, afirmou o deputado Lúcio Vieira Lima (BA).

Apesar dessa posição de Vieira Lima, muitos integrantes da base aliada do governo dizem que a ala governista do partido continua firme no sentido de garantir ao menos 25 votos da bancada contrários ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. E dizem que, apesar do reconhecimento de que a ruptura representou mais uma fragilidade para o governo, na prática, a mudança de perfil entre os peemedebistas, que sempre atuaram divididos, é muito pequena.

Novas reuniões continuam sendo realizadas para a definição sobre os cargos atualmente ocupados pelos peemedebistas no Executivo. A princípio, segundo informações do Palácio do Planalto, a tendência é aguardar os detentores destes cargos se posicionarem e trabalhar pelo apoio e manutenção nestas posições de quem quiser continuar fazendo parte da base do governo. Já os cargos a serem vagos a partir do desembarque de peemedebistas serão negociados entre os demais partidos da base aliada.

*Com informações da Agência Brasil e RBA 

 


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