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16 de março de 2016
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20:11

MST promove 13ª abertura da colheita do arroz agroecológico

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Sul 21
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Para a safra 2015-2016 a estimativa é colher cerca de 480 mil sacas de grãos e sementes, numa área plantada de quase 5 mil hectares. (Foto: Tiago Gianichini)
Para a safra 2015-2016 a estimativa é colher cerca de 480 mil sacas de grãos e sementes, numa área plantada de quase 5 mil hectares. (Foto: Tiago Gianichini)

Da Redação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Rio Grande do Sul realiza nesta sexta-feira (18) a 13ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz Agroecológico, no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, na região Metropolitana de Porto Alegre. As atividades começam às 8 horas com ato de abertura oficial da colheita de arroz na lavoura e assinatura de Acordo de Cooperação, entre a Associação de Moradores do Assentamento Filhos de Sepé (AAFISE) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que prevê a delegação das competências para a gestão comunitária dos recursos hídricos no assentamento. A presidente nacional do Incra, Maria Lúcia Falcón, participará do ato. Após a assinatura do acordo, haverá debate sobre a conjuntura política e agrária, com o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro e o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile. O ato termina às 12h30 com um almoço de confraternização.

Segundo Cedenir de Oliveira, dirigente estadual do MST-RS, são esperadas para a abertura da colheita cerca de 1500 pessoas, entre acampados e assentados de todas as regiões do estado e apoiadores do movimento. Para a safra 2015-2016 a estimativa é colher cerca de 480 mil sacas de grãos e sementes, numa área plantada de quase 5 mil hectares. O cultivo envolve mais de 550 famílias e acontece em 17 assentamentos de 13 municípios do RS. Estes dados colocam o MST na posição de maior produtor de arroz agroecológico do Brasil.

A produção começou a ser desenvolvida em 1999, em assentamentos na região Metropolitana. Todo o processo é coordenado pela Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), que detém a marca comercial ‘Terra Livre’. Hoje, grande parte do produto é comercializado por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Segundo o coordenador do Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, Emerson Giacomelli, o sistema de produção adotado pelos Sem Terra busca consolidar alterativas à agricultura do agronegócio, estabelecendo uma relação de integração entre os seres humanos e os recursos naturais. “A produção do arroz é feita com técnicas que estimulam a fertilidade e a produção de alimentos saudáveis, propiciando mais qualidade de vida aos produtores e consumidores, além de renda às famílias assentadas”, diz Giacomelli. A certificação orgânica do arroz é realizada em todas as etapas da produção, com base em normas nacionais e internacionais, desde o ano de 2004. Ela ocorre por meio de dois procedimentos: certificação participativa (OPAC – Coceargs) e auditoria (IMO – Ceres).

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O sistema de cultivo é pré-germinado e o manejo é feito com recursos naturais, sem a utilização de sintéticos e venenos. (Foto: Tiago Giannichini/Divulgação)

Produção no Assentamento Filhos de Sepé

A última abertura oficial da colheita aconteceu em março do ano passado, no Assentamento Integração Gaúcha, em Eldorado do Sul, com a presença da presidente Dilma Rousseff. Este ano, a abertura será no Assentamento Filhos de Sepé – o maior produtor de arroz agroecológico do país –, em Viamão, onde serão colhidas cerca de 125 mil sacas na safra 2015-2016. O sistema de cultivo é pré-germinado e o manejo é feito com recursos naturais, sem a utilização de sintéticos e venenos. A área cultivada é de 1,6 mil hectares, sendo totalmente certificada e de domínio do conjunto de assentados organizados em 25 grupos de produção, envolvendo mais de 150 famílias. Da área total produzida, 60 hectares são destinadas à produção de sementes.

Onde comprar

O arroz agroecológico do MST pode ser adquirido no Mercado Público de Porto Alegre e nas feiras da Secretaria Estadual da Agricultura, do Parque da Redenção e do município de Canoas. Em breve, também poderá ser comprado via site da Cootap: www.cootap.com.br.


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