Poti Silveira Campos
Empenhado em “organizar as informações do mundo e torná-las mundialmente acessíveis e úteis”, o Google pede colaboração para aumentar o acervo de dados relacionados ao universo da bicicleta no País. Mais especificamente, de dados geográficos, disponibilizados por meio do Google Maps, o serviço de pesquisa e visualização de mapas e de imagens de satélite. Para tanto, estabeleceu parceria com Itaú, que é patrocinador de sistemas de compartilhamento de bicicletas em nove cidades de sete estados do País – Porto Alegre, entre elas –, sendo considerado um facilitador no relacionamento com comunidades e poder público. A informação, afinal, está com as pessoas e Google sabe disso.
A idéia é incluir no Google Maps dados sobre ciclovias, ciclofaixas ou mesmo rotas pessoais, e registrar também locais vinculados ao veículo – bicicletários e empreendimentos, por exemplo. Em setembro do ano passado, a companhia apresentou a ferramenta em países como Estados Unidos.
Em janeiro de 2015, com informações oficiais, disponibilizadas por prefeituras e Itaú, passou a exibir caminhos recomendados para ciclistas em quatro capitais: Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Para ir mais adiante, no entanto, o caminho é apelar à interatividade.
“O usuário brasileiro tem o costume de contribuir para o desenvolvimento de ferramentas”, diz Marcus Leal, chefe do Google Maps no Brasil.
O apelo ao engajamento foi lançado em evento no último dia 31, na sede do Google no país, em São Paulo, com a presença de cicloativistas, gestores públicos e jornalistas. O público reunido recebeu inclusive treinamento no Google Map Maker, o aplicativo para inserção das informações. Qualquer pessoa com perfil inscrito no Google pode acrescentar rotas para bicicletas, oficiais ou não, com detalhes sobre o caminho.
Com os caminhos registrados, o usuário poderá utilizar o aplicativo como GPS, com navegação curva a curva e instruções de voz para se manter no rumo. O serviço, no entanto, não disponibiliza altimetria, para que o ciclista possa identificar subidas e descidas no percurso.
De acordo com Leal, uma adesão expressiva de usuários à causa no Brasil poderá estimular movimentos semelhantes em outros países. Hoje, Google Maps disponibiliza 20 petabytes de informação por meio de imagens no mundo todo. Se convertidos em vídeos, esses bytes todos preencheriam uma produção com 266 anos de exibição. Por mês, o serviço é utilizado por mais de um bilhão de pessoas.
