Em Destaque|RS da Igualdade
|
29 de abril de 2014
|
11:12

Governo reduz passivo em acessos asfálticos de 104 municípios

Por
Sul 21
[email protected]

[wp_bannerize group=”publi_rs_igualdade_rodape” no_html_wrap=”1″ random=”1″ limit=”1″]

ERS-350: trecho asfaltado que liga Chuvisca a Don Feliciano | Foto: Palácio Piratini
ERS-350: trecho asfaltado que liga Chuvisca a Don Feliciano | Foto: Palácio Piratini

Lorena Paim

Quando assistiu à assinatura da ordem de início do asfaltamento do trecho entre Itatiba do Sul e o entroncamento da RSC- 480, a prefeita Adriana Tozzo viu realizado um sonho acalentado há 49 anos pelos moradores, desde a criação do pequeno município do norte gaúcho. Ela espera que os habitantes da cidade, originalmente território de Erechim, possam comemorar o cinquentenário com o percurso de 27 quilômetros da RS-137, atualmente de chão batido, perfeitamente transitável, sem os transtornos das nuvens de poeira, no verão, ou do barro, nos períodos chuvosos.

Assim como em Itatiba do Sul, localizado no Alto Uruguai, o acesso asfáltico vem chegando a diferentes regiões do Estado, resultado da preocupação do governo estadual com o assunto e que é reafirmada, seguidamente, pelo governador Tarso Genro. “Não existe região do Rio Grande do Sul que não tenha uma obra rodoviária importante para a segurança da população e para o desenvolvimento econômico dos nossos municípios”, declarou ele, recentemente, referindo-se ao Plano de Obras Rodoviárias, que demandará investimentos de R$ 2,6 bilhões na recuperação da malha viária, bem como nas duplicações de rodovias, ligações regionais e acessos municipais. Com recursos provenientes do BNDES e do Banco Mundial, serão retomados contratos que estavam pendentes desde o final dos anos 90.

Carlos Eduardo Vieira, diretor-geral do DAER: "O governador Tarso Genro apostou na na ideia de que melhores acessos são essenciais para o desenvolvimento dos municípios" | Foto: Palácio Piratini
Carlos Eduardo Vieira, diretor-geral do DAER: “O governador Tarso Genro apostou na ideia de que melhores acessos são essenciais para o desenvolvimento dos municípios” | Foto: Palácio Piratini

O diretor-geral do DAER-Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem, Carlos Eduardo Vieira, informa que, no total, serão contemplados 104 acessos municipais, 19 ligações regionais, seis duplicações e15 obras de épocas anteriores. “Na década de 90, chegava a130 o número de municípios gaúchos sem acesso pavimentado, o que originou uma grande mobilização por parte dos prefeitos, coordenada pela Famurs. Em 1998, no final do governo Antônio Britto, foram contratadas algumas obras, mas ficaram pendentes para conclusão, até hoje, 104 acessos. O governo Tarso, então, buscou recursos para recuperar este passivo, apostando na ideia de que melhores acessos são essenciais para o desenvolvimento dos municípios”, afirma Vieira.

Até agora, foram investidos R$ 720 milhões em acessos municipais, ligações regionais e duplicações. Foram entregues 22 obras e 30 estão em andamento. Ainda estão sendo concluídas mais 21 obras; dessas, 11 dependem de sinalização. Houve avanço em relação à gestão anterior: nos três primeiros anos (2007-2009), o governo Yeda Crusius havia pavimentado 272 quilômetros, enquanto o de Tarso (de 2011 a 2013) chega a 530 quilômetros pavimentados até este mês. O total asfaltado até agora beneficia 1,5 milhão de habitantes.

Todas as regiões do Estado estão incluídas no Plano de Obras Rodoviárias. Exemplos são Palmeira das Missões e Lajeado, com 73,68 km e 46,75 km, respectivamente, pavimentados nesta gestão. O diretor do DAER abre o mapa do Rio Grande do Sul e mostra-nos, nos mais diferentes pontos, o que está sendo realizado. “Estamos pavimentando 40 km de Tupanciretã a Santa Tecla, um trecho importante porque fica na zona de produção de soja, inclusive onde é feita anualmente a abertura oficial da colheita”, diz Vieira. Ele cita outro exemplo, que facilitará a ligação da Serra com o Litoral: o trecho de Camaquã a Arambaré, zona de produção de arroz e de acesso ao Litoral, está pronto, assim como o de Chuvisca a Dom Feliciano, onde predomina a agricultura familiar.

Inauguração da ERS-129: segundo o prefeito de Vanini, Alceu Castelli, "a obra é uma vitória de 40 anos de batalha" | Foto: Palácio Piratini
Inauguração da ERS-129: segundo o prefeito de Vanini, Alceu Castelli, “a obra é uma vitória de 40 anos de batalha” | Foto: Palácio Piratini

A ligação da RS-129, de Vanini às cidades de David Canabarro, São Domingos do Sul e Casca, na região da Produção, foi inaugurada pelo governador Tarso Genro em janeiro. O prefeito de Vanini,  Alceu Castelli, disse, na ocasião, que “a obra é uma vitória de 40 anos de batalha”. “Estamos encurtando distâncias”, acrescentou, ao ressaltar o impacto na economia local. A implantação da Linha Geral entre os quatro municípios totaliza 29,6 quilômetros, sendo 19 concluídos pela atual gestão, com investimento de cerca de R$ 38 milhões.

Em maio deve ser concluída, na Região Metropolitana, a pavimentação de três quilômetros da RS-118, em Viamão, entre o Arroio Fiúza e o entroncamento com a rua Manoel Santana, que dá acesso ao Hotel Vila Ventura. Pela rodovia passará a seleção do Equador, que estará hospedada no hotel durante os jogos da Copa do Mundo. Cerca de R$ 5 milhões devem ser investidos para pavimentar cinco quilômetros.

Boas estradas = Desenvolvimento regional

A prefeita de Itatiba do Sul, Adriana Tozzo (PT), lembra que em 1996 foi assinado o contrato para asfaltamento do trecho de ligação da RS-137 com a RSC-480 e dali permitindo chegar a Barão do Cotegipe e Chapecó (em Santa Catarina). Mas a obra não andou. A assinatura da ordem de início do asfaltamento, realizada no último dia 12 de abril, deixa otimista a população do município de 4 mil habitantes. “Nossa economia se baseia na agricultura familiar e o acesso asfaltado vai facilitar o escoamento da produção de hortigranjeiros e frutas para Erechim, que é o núcleo mais importante da região”, diz ela. Trata-se de um dos principais polos de desenvolvimento industrial do norte do Estado, com predominância da indústria metal-mecânica e de balas e doces, além de plásticos, carrocerias de ônibus, equipamentos para informática, entre outros. Parte da produção de Itatiba também se destina a Chapecó, no estado vizinho. “Nossa agricultura vai ficar fortalecida”, constata Adriana. Conforme a prefeita, os jovens de Itatiba que estudam em Erechim levam hoje cerca de duas horas de ônibus ou de automóvel no percurso de chão batido. Para chegar a Chapecó, onde alguns trabalham na prestação de serviços, a dificuldade de locomoção se repete.

Adriana Tozzo, prefeita de Itatibaia do Sul: atualmente, apenas seis municípios da AMAU – Associação de Municípios do Alto Uruguai tem problemas de asfalto | Foto: AMAU
Adriana Tozzo, prefeita de Itatiba do Sul: atualmente, apenas seis municípios da AMAU – Associação de Municípios do Alto Uruguai têm problemas de asfalto | Foto: AMAU

Até o final do ano passado, Adriana Tozzo presidia a AMAU – Associação de Municípios do Alto Uruguai, que tem 32 integrantes. “Nosso grande desafio era conseguir acessos asfálticos para 12 deles”, diz. A população média de cada um é de 5 mil habitantes. Segundo ela, hoje o problema do asfalto se resume a seis municípios. O acesso de Floriano Peixoto ao entroncamento da RS-475 está pronto. Em andamento: de Mariano Moro a Severiano de Almeida e do entroncamento da RSC-480 até Ponte Preta. Em três foi dada ordem de início dos trabalhos: de Itatiba do Sul ao entroncamento da 480; de Faxinalzinho a Benjamim Constant do Sul e de Itatiba do Sul a Barra do Rio Azul.

A prefeita afirma que o governo do Estado, por meio da Seinfra – Secretaria de Infraestrutura e Logística, está agilizando os processos licitatórios, dando a partida para obras há muito esperadas. “Não dá para falar em desenvolvimento regional sem boas estradas. Quando o governo olha para os pequenos, vê que os acessos significam muito para a qualidade de vida da população e para o aumento da produção. O secretário da Seinfra deu um bom ritmo de trabalho, buscando uma solução, não se voltando apenas para as grandes obras”, diz Adriana Tozzo.

Para ela, a mobilização dos prefeitos e da população é muito importante, tanto que os primeiros resultados já são vistos, na diminuição do número dos “sem-asfalto”. “Queremos os trechos de Itatiba, Mariano Moro e Ponte Preta inaugurados em um ano”, espera a prefeita.

Desafogo para o trânsito de Santa Maria

O maior bairro da cidade de Santa Maria é Camobi, com cerca de 21 mil habitantes (mais do que a dos vizinhos municípios de São Vicente do Sul e Jaguari). O acelerado crescimento deve-se à existência, em seu território, da Base Aérea, do aeroporto civil e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Com exceção do Centro, é o único bairro que tem infraestrutura completa, com prestação de serviços em saúde, educação, alimentação, bancos, imóveis, entre outros. O comércio está em expansão, com centros comerciais, lojas de roupas, calçados, acessórios, eletrônicos, informática, telefonia, floriculturas, ferragens e material de construção.

As chamadas faixa velha e faixa nova, a partir do centro de Santa Maria, tornaram-se insuficientes para o escoamento do tráfego pesado de todos os dias. Além disso, os condomínios residenciais proliferam, pois muitos funcionários daquelas instituições preferem morar perto do trabalho.

A duplicação da ERS-509 vai desafogar o trânsito entre o Centro de Santa Maria e o maior bairro da cidade, o Camobi | Foto: Palácio Piratini
A duplicação da ERS-509 vai desafogar o trânsito entre o Centro de Santa Maria e o maior bairro da cidade, o Camobi | Foto: Palácio Piratini

Os transtornos em breve serão minimizados com a duplicação da RS-509 (a faixa velha), no total de 4,4 km. Atualmente está ocorrendo a terraplenagem do quilômetro 1,5 ao 4. No restante da rodovia, está sendo realizada drenagem. Também consta do projeto a construção de um viaduto de 58 metros de comprimento sobre a Avenida Osvaldo Cruz, a um custo de R$ 2,6 milhões. E, ainda, oito passagens de pedestres a cada 400 metros.

Tratando-se do principal acesso a Santa Maria, serão beneficiadas as regiões Centro-Norte e Centro-Oeste do Estado. Os motoristas que vão de Porto Alegre para o Noroeste e Leste também passam pela faixa. Além disso, é uma ligação para quem se dirige ao Uruguai e Argentina. O prazo de conclusão estimado pelo DAER é de dois anos, com projeção de circulação de 11 mil veículos por dia. E o investimento de R$ 29,9 milhões.

O pró-reitor temporário de Infraestrutura da Universidade Federal de Santa Maria, Benoine Josué Poll, trabalha e mora perto da UFSM. Ele lembra que já existe um trecho duplicado, mas enquanto todos os trabalhos não terminarem, a faixa velha continuará “totalmente trancada” após as 17h, tal a quantidade de veículos, principalmente automóveis. “Eu moro no início do Camobi e tenho dificuldades em alguns horários. Eu iria de ônibus, se o transporte público fosse eficiente; acontece que os ônibus já passam lotadíssimos em direção à Universidade”, conta. “Espero uma melhora bastante grande com a duplicação”, diz o professor Benoine. Esperança certamente compartilhada pelos 19 mil alunos da instituição, que ocupa uma área construída de 36,5 mil metros quadrados.

Benoine Josué Poll, pró-reitor temporário de Infraestrutura da Universidade Federal de Santa Maria: “Espero uma melhora bastante grande com a duplicação” | Foto: Linkedin
Benoine Josué Poll, pró-reitor temporário de Infraestrutura da Universidade Federal de Santa Maria: “Espero uma melhora bastante grande com a duplicação” | Foto: Linkedin

Contratos antigos X maior agilidade

Além das verbas disponíveis para os acessos asfálticos, continua em vigor no Estado o programa Contrato de Restauração e Manutenção das Rodovias, o CREMA, que prevê serviços emergenciais para trechos muito danificados. Seu prazo é de cinco anos. O Banco Mundial liberou verba para 2 mil quilômetros de CREMA na região de Erechim. O CREMA Serra, que abrange 190 quilômetros, é a contrapartida do Estado no projeto.

Segundo o diretor do DAER, Carlos Eduardo Vieira, “temos vontade política para tocar as obras, mas o fato de estarmos lidando com contratos antigos, de 1998, nos impossibilita ter a agilidade que gostaríamos”. Ele se refere a problemas burocráticos que, algumas vezes, obrigam a refazer um contrato e, até mesmo, a novas exigências da legislação que tornam as antigas propostas inviáveis. “Tivemos que rescindir 17 contratos e relicitá-los”, esclarece. “Mudamos, por exemplo, o projeto da ligação Cerro Grande do Sul-Sentinela, pois aumentou muito o fluxo de veículos e o material a ser usado se revelou inadequado”.

O diálogo do DAER com os prefeitos tem sido constante, diz Vieira, a fim de explicar o andamento dos trabalhos e os percalços que possam estar acontecendo. No caso de Tupanciretã-Santa Tecla, foi formada uma comissão de obra, que discutiu com a comunidade diversas informações, como a pedreira que forneceria material para a construção da estrada.

“Vamos fazer em termos de estradas três vezes mais do que os outros governos fizeram”, afirma o diretor do DAER. “Queremos chegar ao final desta gestão com o maior número possível de obras concluídas ou em andamento”.

[wp_bannerize group=”publi_rs_igualdade_topo_post” no_html_wrap=”1″ random=”1″ limit=”1″]


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora