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24 de agosto de 2018
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21:11

Que rumo certo é esse?

Por
Sul 21
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Que rumo certo é esse?
Que rumo certo é esse?
No Ranking de Competitividade dos Estados, edição de 2017, Rio Grande do Sul ficou em 10º lugar em Educação. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Sergio Araujo (*)

Levantamento recente, realizado pelo Datafolha, em parceria com a Folha de São Paulo, mostrou quais os estados entregam MAIS educação, saúde, segurança e infraestrutura à população utilizando MENOR volume de recursos financeiros. O denominado Ranking de Eficiência dos Estados, considerou 17 variáveis agrupadas em 6 componentes para calcular a eficiência na gestão dos 26 estados, detalhando a situação das finanças de cada um deles.

Numa escala de 0 a 1, cinco estados ultrapassam 0,50 e, por isso, podem ser considerados “eficientes” -Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Espírito Santo. São os que aparecem mais bem posicionados nos critérios mais jovens na escola, médicos e leitos em hospitais, redes de água e esgoto, melhores rodovias e menores índices de violência.

Outros seis mostram “alguma eficiência” no uso de seus recursos (Paraíba, Minas Gerais, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro e Goiás) e os demais 15, a começar pelo Rio Grande do Sul que ocupa a 12ª posição no REE, podem ser considerados “pouco eficientes” ou “ineficientes”.

O desempenho insatisfatório alcançado pelo Rio Grande do Sul denota uma nova realidade, muito diferente daquela onde os gaúchos disputavam com Minas Gerais a terceira força nacional em termos de arrecadação e qualidade de vida. Hoje, não conseguimos sequer ficar em primeiro lugar no comparativo como os demais estados do Sul.

É o que demonstra outro estudo, o do Ranking de Competitividade dos Estados, edição de 2017. Nele, mais uma vez, o Rio Grande do Sul se mostra em situação de inferioridade, ocupando o 10º lugar em Educação, atrás de SP, MG, SC, ES, DF, PR, CE, RJ e GO. Da mesma forma, no critério Segurança Pública, ocupa a 6ª posição, perdendo para SC, SP, AC, PR e MS.

Quanto ao comparativo da eficiência da máquina pública, o Rio Grande do Sul mantém a inferioridade (7º lugar) em relação aos estados de SP, SC, PR, DF, MS e MG. Mas é no pilar da Infraestrutura que a situação gaúcha apresenta o seu pior resultado – 18º lugar, ficando atrás até mesmo dos depauperados estados do norte e do nordeste, como Roraima, Piauí, Paraíba, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.

Diante de tamanha regressão quanto a importância no contexto nacional, é inevitável classificar como fracassada a política recessiva estabelecida nos últimos quatro anos, cujos esforços se basearam tão somente na desculpa simplista e simplória da falta de recursos. Como se isso fosse exclusividade do Estado do Rio Grande do Sul. Vê-se agora, pelos números comparativos, que enquanto um ficaram se lamentando, outros foram à luta e conseguiram melhorar seus desempenhos.

À menos que o objetivo traçado tenha sido realmente mostrar aos gaúchos que o Rio Grande poderia alcançar a situação de caos – meta plenamente alcançada -, as declarações que estão sendo proferidas pelos governistas na campanha eleitoral, dando conta de que “o Estado está no rumo certo”, não passam de uma ironia, um deboche, para com um povo outrora tão orgulhoso da sua história e do seu destino.

(*) Jornalista

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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