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13 de agosto de 2018
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17:55

A profecia se tornou realidade: O Rio Grande conheceu o caos

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Sul 21
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A profecia se tornou realidade: O Rio Grande conheceu o caos
A profecia se tornou realidade: O Rio Grande conheceu o caos
“O Rio Grande, conforme disse o ex-secretário Giovani Feltes, realmente ficou conhecendo o caos”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Sergio Araújo

Não há como negar que o governador Sartori é um político de poucas palavras. Basta observar sua atuação na campanha eleitoral de 2014 e a forma como ele se portou na condução do seu governo. O que não se sabia, é que por trás da sua breviloquência escondia-se um administrador absolutamente irresoluto. Ou seja, alguém que se comunica mal e pouco faz.

Mas apesar disso, não podemos dizer que estamos diante de um governo mentiroso. Do pouco que foi dito e do quase nada que foi feito, restou uma grande e contundente verdade: O Rio Grande, conforme disse o ex-secretário Giovani Feltes (porta-voz preferencial dos anúncios governamentais), realmente ficou conhecendo o caos.

E foi justamente essa aptidão pelo mau agouro a característica e a sina deste governo que não só deu realismo a predição, como tornou-a uma obsessão administrativa. Uma espécie de preferência pelo negativismo. E o resultado não poderia ser outro senão o cenário de uma devastação indiscriminada, cujo saldo, passados três anos e oito meses, lembra um espólio de um Rio Grande outrora pujante e promissor.

Extinguiu fundações, congelou e parcelou salários, retirou direitos trabalhistas, aumentou impostos, insistiu numa negociação natimorta com a União visando a repactuação da dívida, fechou escolas, reduziu ao mínimo os investimentos em infraestrutura e muitas outras ações predatórias e recessivas. Um elenco de atitudes infecundas que apenas serviram para agravar a crise socioeconômica do Estado.

A consequência foi o aumento da criminalidade e a disseminação da violência por todos os municípios gaúchos, tornando rotineiros os assaltos a bancos, escolas e comércio em geral, sem falar das chacinas semanais; o rebaixamento no ranking nacional de qualidade de vida (ficando atrás do Paraná e de santa Catarina), especialmente no que tange a qualidade do ensino; a perda do poder de atração de novos empreendedores e a migração de empresas gaúchas para outras unidades da federação; o aumento do desemprego; e a disseminação da desesperança entre os gaúchos, dentro outros.

Pois é com esse patrimônio negativo, com esse fardo de decepções, que o MDB se apresenta nessa eleição. Aqui e no país. Com Sartori, novamente, e com Henrique Meirelles, na condição de cangalheiro de um governo golpista. Pois o destino, em sua cruel contabilidade, reservou ao candidato José Ivo uma irônica equação. Nesta eleição ele, que economiza palavras e comprometimentos, terá o maior tempo de rádio e TV da campanha eleitoral.

Uma oportunidade única para fazer um balanço detalhado do seu governo catastrófico. Aquele do caos vaticinado. Mas apesar de todo tempo disponível, não há como esperar explicações de alguém que usa a tergiversação retórica como estratégia para esconder incapacidades e disfarçar intenções. Trata-se, portanto, de um excesso inútil de tempo e de desperdício de oportunidade.

Resta saber se os demais candidatos conseguirão impedir que Sartori reedite o estereótipo do bom-mocismo, daquele que não rouba, mas nada faz (lembram do Sartorão das Massas), sem lhe oferecer as condições para a criação de um novo personagem, o de “vítima da hora”.

E mais, que consigam conscientizar o eleitor de que a salvação do Rio Grande passa pela apresentação objetiva e transparente de propostas factíveis, administradas por alguém com competência comprovada.  Fica o alerta. Não deem, novamente, sorte para o azar.

(*) Jornalista

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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