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2 de fevereiro de 2017
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09:00

Sob nova direção

Por
Sul 21
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Sob nova direção
Sob nova direção

Por Manuela D’Ávila*

O povo observa atento e com esperança a posse do novo presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o deputado Edegar Pretto. Uma de suas promessas, e que tem meu total apoio, é manter a Casa de portas abertas. As pessoas precisam estar presentes nos grandes debates, que interferem diretamente em suas vidas. A população, mais do que ninguém, tem interesse em saber o que é discutido sobre o futuro do Estado. Com diálogo, é possível manter as portas abertas, sem receio, sem medo, para isso, basta estar disponível para o entendimento. Portas fechadas significa falta de transparência, significa a imposição do Estado sobre o povo, isso não pode ser aceito, ainda mais em um momento que a política precisa ser reinventada, pois já se mostrou ineficiente nos moldes atuais.

Nem na ditadura, a Casa alguma vez fora cercada e ocupada pela Brigada Militar, impedindo o acesso de líderes sindicais e do povo em geral. Mesmo sob império do arbítrio, a postura do Legislativo gaúcho mantinha sentido centrípeto, abrigando atores de diversas cores da sociedade civil, não raro os protegendo de perseguições, posto que a independência dos poderes era assegurada por seus presidentes como barreira democrática intransponível. As botas não transpunham suas portas. Os parlamentares de então tinham sólida consciência de que afastar o povo do Legislativo seria o caminho de manietá-lo, facilitando sua cooptação pelo Executivo, poder hipertrofiado naquele período. Nem pressões de toda a ordem conseguiram abalar aquela convicção democrática, mesmo sabendo dos riscos que envolviam a altivez.

Igualmente, espera-se que o debate dos temas vitais do Rio Grande e do Brasil sejam retomados. A Casa se notabilizou por trazer o Menestrel das Alagoas, Teotônio Vilella, em memorável campanha pela Anistia, por encher o plenário para ouvir intelectuais como Florestan Fernandes, FHC e Marilena Chauí, buscando a democracia e debatendo os rumos do país. Não se trata de nostalgia, mas de inspirar-se no passado de virtudes para enfrentar temas cruciais dos dias de hoje. Refletindo as necessidades e anseios da sociedade, a Assembleia do Rio Grande do Sul não só pode como precisa voltar a ser palco e protagonista de debates como a crise do Estado, a ideia de um projeto para o Rio Grande, os caminhos da democracia e do desenvolvimento do país, a defesa da Nação, entre outros temas que exigem solução.

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Manuela D’Ávila é deputada estadual pelo PCdoB.


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