Por Manuela d’Ávila
A maternidade ainda causa estranheza no mercado de trabalho. Conciliá-la com a carreira envolve questões ligadas não só à função social da maternidade mas aos primeiros anos de vida da criança. Muitas mulheres querem e precisam estar no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo,têm que dar conta das necessidades de seus bebês, sendo que muitas não contam com o auxílio de um pai participativo. Isso tem um custo social. Mas há, também, quem esteja buscando alternativas a esta dicotomia.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que bebês mamem exclusivamente no peito até, pelo menos, os seis meses. Mas a maioria das mulheres enfrenta diversos tabus para sanar este que é um direito de todas as crianças. Nem todas nós temos seis meses de licença maternidade. Ao término dos quatro meses, muitas precisam driblar o fato de não conseguir uma vaga na creche para deixar o bebê, por exemplo. A angustia não termina por aí. Ao voltar ao trabalho, a mulher vive assombrada pelo fantasma da demissão.
Por todas essas questões, milhares de mulheres estão deixando o mercado de trabalho e se tornando empreendedoras, não deixando seu papel social de lado, mas podendo acompanhar o desenvolvimento de seus pequenos. De acordo com pesquisas norte- americanas, com crianças de três a sete anos, bebês amamentados por até 12 meses demonstram maior capacidade de comunicação aos três anos e, aos sete, inteligência verbal e não-verbal superior às crianças que não foram amamentadas. Ou seja, amentando até pelo menos os seis meses, teremos crianças mais seguras e com menos doenças, o que resultará em adultos também mais saudáveis, física e mentalmente.
Ao concluirmos que estas questões precisam ser mais debatidas, comemoramos com entusiasmo a aprovação do Marco Legal da Primeira Infância e, inclusive, criamos a Frente parlamentar da primeira infância, na Assembleia Legislativa, não só para adequarmos as proposições aqui no Estado, mas para colocar um holofote sobre o assunto. Uma mãe feliz e empoderada (de preferência com o apoio de um pai participativo) vai proporcionar uma infância de melhor qualidade a seus filhos.
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Manuela D’ Ávila é deputada estadual pelo do PCdoB.