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16 de abril de 2017
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10:30

Balanço do governo Marchezan

Por
Sul 21
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Foto: Maia Rubim / Sul21

Fernanda Melchionna

Nestes primeiros cem dias do governo, Marchezan tenta vender o discurso do caos absoluto para implementar uma política de arrocho salarial, enxugamento dos serviços públicos e privatizações. Mais que isso, com seus discursos de terra arrasada, busca não ter que explicar por que não está cumprindo suas promessas de campanha.

Em um dos primeiros atos de seu governo apresentou uma reforma administrativa, que reduziu secretarias, essenciais sem diminuir o número de cargos em comissão (CC) naquele momento. O Prefeito também entregou parte da gestão da cidade para empresas privadas, através da ONG COMUNITAS e da Empresa FALCONI, que utilizam estrutura pública da Prefeitura para montar uma agenda que agrade seus integrantes, grandes empresários vinculados a bancos e frigoríficos.

A Prefeitura nesse meio tempo implementou uma política de ataque aos serviços públicos e aos municipários com as recorrentes ameaças de parcelamento, e até de congelamento, do salário dos trabalhadores. Tem anunciado que exonerou CC’s, mas recontratou mais de uma centena. Mais que isso, a maior parte dos cargos são ocupados pelo PTB e PP. Ambos partidos que estiveram na gestão anterior à frente de pastas com denúncias de corrupção, tais como PROCEMPA, Saúde, DEP e FASC. Aliás, Marchezan que fala muito em transparência, mas não a pratica, até agora não apoiou o pedido de CPI do DEP proposto por Roberto Robaina (PSOL).

i também durante esses quase três primeiros meses que Porto Alegre vivenciou a maior crise da história da rede municipal de ensino, desde que o Prefeito impôs, através de decreto, uma nova rotina escolar, que além de contrariar as decisões dos conselhos escolares, vai na contramão da gestão democrática das escolas.

Dessa forma, o símbolo de transparência e democracia que Marchezan tentou construir em torno de sua gestão caem por terra quando na verdade existe uma artificialidade e falta de transparência nas contas públicas, um esvaziamento da participação popular e um claro perfil autoritário calcado na lógica empresarial em detrimento da lógica das políticas públicas universalizantes que a gestão pública deve propagar. A nossa convicção é que a capacidade de resistência precisa ser redobrada para enfrentar esta agenda neoliberal. O bom é que não faltam história, memória e ativismo da cidadania em  Porto Alegre!

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Fernanda Melchionna é vereadora do PSOL em Porto Alegre e integrante da Comissão de Habitação, Transporte e Urbanização.


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