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23 de outubro de 2017
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15:52

Onde foi parar nosso mobiliário urbano

Por
Sul 21
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Onde foi parar nosso mobiliário urbano
Onde foi parar nosso mobiliário urbano
Temos, por exemplo, pelo menos sete tipos diferentes de paradas de ônibus em Porto Alegre e pouquíssimas com informações sobre as linhas que ali passam. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

Adeli Sell

Nosso mobiliário urbano degradou-se e ruiu. As paradas de ônibus e pontos de táxis, em sua maioria, estão em condições precárias e vandalizadas. Os telefones públicos estão estragados, pichados, prejudicando a acessibilidade. Faltam lixeiras, placas de sinalização, toponímicos, deixando as pessoas ao “Deus dará”. Já tivemos bons exemplos no passado, que além da beleza garantiam segurança por causa da iluminação trazida pela publicidade.

Não há uma padronização no design. Temos, por exemplo, pelo menos sete tipos diferentes de paradas de ônibus em Porto Alegre e pouquíssimas com informações sobre as linhas que ali passam. Pode não parecer importante isso num primeiro momento, mas um projeto global significa padrões de sinalização, segurança, informação e ergonomia.

Podemos falar ainda de outros elementos do mobiliário. Temos bancas de jornal dos anos 70, as amarelinhas. Deveríamos ter um projeto mais moderno, como aqueles que conseguimos introduzir no Centro Histórico em 2003, quando fui titular da Secretaria da Produção, Indústria e Comércio.

A cidade cresceu, e mesmo assim diminuiu a quantidade de banheiros públicos, que são descuidados e inseguros. Infelizmente, nossa cultura não tem ajudado em nada na evolução destes equipamentos, tão necessários numa cidade civilizada. Por exemplo, não temos quiosques em praças e parques como existem em muitas partes do mundo.

Há quase uma década encerrou a concessão com publicidade do mobiliário urbano. Nada foi feito para que pudéssemos avançar, no entanto, agora em boa hora a Câmara Municipal instalou uma Comissão Especial para tratar desse assunto. Nossa meta é apresentar ideias modernas e exequíveis ao Poder Executivo por meio de uma legislação adequada. Isso tudo para oferecer ao cidadão de Porto Alegre, espaços públicos modernos e funcionais, pois a estética urbana é também um alicerce da autoestima cidadã.

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Adeli Sell é vereador, acadêmico de direito, escritor e consultor.


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