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14 de janeiro de 2017
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09:00

Estórias de boteco et alii

Por
Sul 21
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Por Adeli Sell

Boteco é tudo de bom. Quem dúvida? Nem precisa gostar nem frequentar. Basta pensar nas estórias que se passam nos botecos de uma cidade.

Ali, gostemos ou não, que histórias fenomenais, mesmo que contadas ou vividas com alguns exageros etílicos.

Valmor Braga Simonetti me surpreendeu com seu “Estórias de Boteco et alii”. Primeiro, na última Feira do Livro quando me apresentou na Banca da AGE, do Professor Ledur, seu livro. Depois, quando fechei o livro, pois tinha curtido seus escritos sob o ponto de vista da linguagem e do conteúdo, com descrições simples e sem afetação.

Fiquei novamente matutando e começando a entender porque tanta gente que se enfiava naquele boteco sem muito charme chamado “Adriano”, na Cidade Baixa. Como diz o autor, o bairro com o maior número de bares por habitante: de todos os tipos e tamanhos e para todos os gostos. “Adriano” é um dos palcos. Mas bons botecos são muito semelhantes, geralmente simples e que acolhem a tudo e a todos(as).

Era só a aparência. Porque tinha lá seu charme interior com aqueles vidros e garrafas de cachaças e o tal vinho de Galópolis.

Vagamente me recordei que em algum dia entrei ali, mas – que droga; cheguei a xingar – não me lembrei com quem nem a razão de ter estado ali.

Muita coisa acontece em torno de um grupo de amigos, uma espécie de República de Santa Maria, nestas “estórias” do Valmor. Lendo, me lembrei do grupo de pessoas em pé nos balcões do Adriano como era no velho Naval. E sei que tinha o clima meio “Alfredo”, aquele que não fecha ali na Ramiro com a Cristóvão Colombo.

Em todos sempre aquela misturança viva de pessoas, de vidas reais, de bebidas e comidas. Afinal, vive-se para quê?!

O papo sobre cortes de carne, a carne de Chernobyl; o vendedor de sapatos e suas manias era só o começo do livro. Tem Feira do Livro, ida a Santana, tem São Borja e uma boa incursão num boteco em Montevideo, um caso como eu vivi por lá.

Ao final, estava amando mais os botecos e adorando as pessoas como elas são.

Esse livro do Valmor é fruto de Oficina de Criação Literária do Alcy Cheuiche, numa edição da AGE Editora do Professor Ledor. Vários contos tinham sido publicados em outros espaços como os dos vinhos, alguns estão em versão bi ou trilingues.

Enfim, com essa gente maluca no Facebook, prefiro como o amigo Valmor Braga Simonetti a vida como ela é, nos botecos.

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Adeli Sell é escritor, consultor, vereador de Porto Alegre.


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