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10 de maio de 2010
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14:26

O Artista e a Política

Por
Sul 21
[email protected]

Por Ricardo Silvestrin

Salvador Dalí era monarquista.

Mas não na política concreta.

Se dizia um monarquista metafísico,

um artista, um esteta.

De política, nada entendia.

Para Jorge Luís Borges,

a democracia

é uma crença demasiada

na estatística,

pois supõe que a maioria

por ser maioria

esteja certa.

Harold Bloom tem certeza

de que Shakespeare é melhor lido

do que encenado.

E numa entrevista

disse que mesmo que ninguém concorde

com seu ponto de vista

não crê estar errado.

Maiakovski,

um poeta politizado,

no meio da revolução,

falou que para o júbilo

o mundo ainda não estava maduro.

Era preciso emprestar alegria

ao futuro.

Já os Titãs,

num outro futuro que passou agora mesmo,

também queriam mais da vida:

“A gente não quer só comida,

quer comida, diversão e arte.”

Gil, o Gilberto, quando ministro,

falou que o povo sabe o que quer,

mas também quer o que não sabe.

E Gil, o Gil Vicente,

lá no início da idade moderna,

não se ilude,

fez uma peça com dois personagens:

Todo Mundo e Ninguém.

“Busca o poder Todo Mundo

e Ninguém busca a virtude.”

Para Sêneca, o filósofo romano,

era melhor viver bem do que apenas viver,

defendendo o direito ao suicídio.

Foi condenado ao suicídio por Nero,

de quem era conselheiro.

E Millôr, o maior pensador brasileiro:

“Liderar não é nada duro.

As perguntas são todas no presente.

As respostas, todas no futuro.”

Antes de chamar o artista,

é sempre bom lembrar,

como disse o Velho Guerreiro,

“Eu vim para confundir,

não para explicar!”.


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