Cidades
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22 de fevereiro de 2021
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18:18

Trabalhadores do postão da Cruzeiro denunciam condições de trabalho e risco de contágio

Por
Sul 21
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Servidores protestam contra falta de condições de trabalho e o aumento do risco de contágio. Foto: Lucas Leffa

Da Redação

Profissionais de saúde do Postão da Cruzeiro (PACS) realizaram um ato, nesta segunda-feira (22), em Porto Alegre, para denunciar a falta de condições de trabalho e os riscos que funcionários e a população estão correndo nas condições atuais. Segundo os trabalhadores do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, de primeiro de janeiro até o dia 19 de fevereiro, 22 servidores foram testados, sendo que nove positivaram para covid e dois ainda não tinham recebido o resultado do teste até essa segunda-feira.

Esta estatística, assinalam, aponta um surto de covid entre os servidores do PACS sem que a direção do Posto ou a Prefeitura municipal tivessem tomado até aqui providência para rastrear a porta de entrada da contaminação e a revisão nos processos de trabalho. “Por esta negligência temos uma colega Técnica de Enfermagem na UTI do Divina Providência lutando contra a covid”, afirmaram os servidores em nota divulgada à imprensa.

Foto: Lucas Leffa

Segundo a nota, a “tenda covid”, instalada no Posto, “é um local fechado e servidores e servidoras estão trabalhando sem  ar condicionado em dias que a temperatura ultrapassou os 30°C. Não é raro o fechamento da tenda por falta de médicos”. Os trabalhadores acrescentam que a abertura da tenda covid ocorreu ainda no primeiro semestre de 2020, mas nenhum servidor foi contratado. “Estamos trabalhando com um quadro reduzido de pessoal porque muitos servidores foram afastados ou porque são do grupo de risco, ou foram infectados pelo covid. Outros ainda se aposentaram sem que fosse feita reposição sobrecarregando ainda mais os colegas que ficam”. O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre transmitiu ao ato ao vivo (veja a íntegra da manifestação abaixo):

Os servidores também apontaram a sobrecarga de trabalho e problemas com a alimentação de pacientes e trabalhadores: Em função da pandemia férias e licenças prêmio foram suspensas, a sobrecarga levou mais gente a adoecer e entrar de atestado, ninguém é substituído, mais sobrecarga e descontentamento. A nossa unidade está há mais de um ano sem Diretor Geral. Durante a pandemia suspenderam a produção de alimentos no PACS, toda alimentação vem do HPS e o serviço de nutrição também foi extinto prejudicando a alimentação de pacientes e servidores. A quantidade de alimentos para os pacientes foi reduzida e dietas especiais foram cortadas”.

Foto: Lucas Leffa

No ato realizado nesta segunda, os servidores apresentaram as seguintes reivindicações:

  • Reunião urgente com o Secretário de Saúde;
  • A nomeação urgente de médicos, enfermeiros e técnicos;
  • Urgente ação da fiscalização da Vigilância Sanitária e Conselhos;
  • Adequação dos ambientes e fornecimento adequado dos materiais;
  • A indicação de um diretor geral para o PACS;
  • Testagem em massa e vacinação pelo SUS para toda a população.

 


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