Cidades|z_Areazero
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2 de junho de 2020
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20:02

Ao lado de empresários, Marchezan lança plataforma on-line para a rede pública de ensino

Por
Sul 21
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Marchezan apresentou a plataforma Cortex, com o objetivo de integrar pais, alunos e professores do ensino fundamental. Foto: Captura de Tela/PMPA. Foto: Captura de Tela/PMPA

Da Redação

Uma plataforma digital de educação para integrar estudantes, professores e pais durante e após a pandemia do novo coronavírus. Assim o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) anunciou, nesta terça-feira (2), o lançamento dos aplicativos “Cortex Aluno” e “Cortex Professor”, disponíveis gratuitamente pelos sistemas Android e iOS, e para computadores em geral. Segundo a Prefeitura, a plataforma beneficiará 40 mil alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, matriculados em 58 escolas municipais. Na etapa inicial do projeto, estão previstos o envolvimento de cerca de 13,5 mil estudantes.

Durante anúncio, feito por videoconferência pelas redes sociais, Marchezan afirmou que a plataforma on-line já estava em estudo e seu desenvolvimento foi acelerado em função da crise sanitária. O prefeito ainda ressaltou que o projeto visa deixar “um legado” na rede pública municipal, para além do período de suspensão das aulas presenciais. “Não é um novo mundo, mas é um mundo que chegou mais rápido para as crianças por causa da pandemia”, afirmou o prefeito de Porto Alegre.

Na mesma linha de pensamento, o secretário municipal de Educação, Adriano Naves de Brito, disse que a plataforma é parte de um “grande projeto de melhoria de educação” em Porto Alegre. Pelo aplicativo, os professores poderão disponibilizar aulas, enviar e receber atividades feitas pelos alunos, enquanto os pais poderão acompanhar as notas, presenças e faltas dos estudantes.

Possíveis entraves

Na apresentação do projeto, Marchezan destacou que a implantação da plataforma Cortex não trará custos para o município, e que todo o valor foi doado pelo empresário Jorge Gerdau Johannpeter. A transmissão, inclusive, contou com a participação de outros “parceiros de conteúdo” do projeto, mas não teve a presença de nenhum educador, fato criticado pela Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa).

“Em uma videoconferência com diversos empresários e nenhum/a professor/a, eles mostraram como não conhecem nada da realidade das escolas e comunidades de Porto Alegre, evidenciando a preocupação com os lucros das empresas de telefonia e tecnologia sem se preocupar com a educação pública de fato. Anunciaram parceria com empresas de ‘conteúdo’, mas deixam as/os educadoras/es sem salários e direitos, como o VA e VT, cortam contratos e deixam as comunidades sem assistência”, criticou a Associação, em nota divulgada em rede social.

A prefeitura anunciou que custeará a contratação de um pacote de dados com as operadoras de telefonia para que os alunos tenham acesso gratuito à plataforma Cortex. O governo municipal disse ainda que, de acordo com avaliações internas, mais de 90% das residências de alunos têm ao menos um telefone celular e que, portanto, o modelo deve funcionar. Para alunos sem acesso à telefonia móvel ou computador, no entanto, Marchezan não apresentou soluções no momento. “Vamos iniciar com o que temos e depois, avançamos”, disse o prefeito.   

Já o secretário Adriano Naves disse que o governo tem experiência com períodos de paralisação das aulas e, quando as atividades presenciais forem retomadas, será feita uma avaliação da aprendizagem das turmas. “Todos os alunos que não tiverem acesso, terão a oportunidade de recuperar o conteúdo”, afirmou o secretário municipal de Educação, sem dar detalhes de como será ajustado o possível descompasso de aprendizado entre alunos da mesma turma. Adriano Naves ainda observou que os alunos sem acesso a internet poderão buscar os livros na escola.


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