Cidades
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27 de novembro de 2019
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18:23

Quatro anos e várias licitações depois, um relógio de rua é instalado em Porto Alegre

Por
Luís Gomes
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Quatro anos e várias licitações depois, um relógio de rua é instalado em Porto Alegre
Quatro anos e várias licitações depois, um relógio de rua é instalado em Porto Alegre
O protótipo dos 168 relógios de rua foi instalado em frente ao Paço Municipal | Foto: Alex Rocha/PMPA

Da Redação

Por longos quatro anos, um cidadão porto-alegrense que andasse pelas ruas da cidade, sem relógio de pulso (ou bolso) ou sem celular, não teria como responder a pergunta: “que horas são?”. Tampouco conseguiria saber quantos graus fazia. Isto porque, em julho de 2015, o contrato da antiga operadora dos relógios de rua venceu e eles foram desativados, sem que nunca tivessem sido substituídos. Até hoje.

Uma série de tentativas de licitações foram feitas desde aquele ano, mas acabaram ou não tendo interessados ou sendo invalidadas. Em julho deste ano, a Prefeitura anunciou que quatro empresas haviam apresentado propostas na mais recente licitação realizada, que acabou tendo como vencedora a empresa Brasil Outdoor.

Na madrugada desta quinta-feira (27), e empresa instalou o primeiro relógio de rua que funciona em Porto Alegre desde 2015. O local escolhido é a Praça Montevidéu, podendo ser visto da janela do Paço Municipal pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB).

Por enquanto, é apenas um protótipo, que ficará no local para fase de testes por dez dias. Além do horário e da temperatura, também está equipado com câmeras de segurança, medidores de radiação solar, painel de mensagens ao cidadão e wi-fi gratuito. Caso a tecnologia seja aprovada pela Prefeitura, será firmado um contrato com a Brasil Outdoor.

A licitação prevê que 168 relógios de rua sejam instalados em um prazo de até 24 meses após a implementação do primeiro. Como contrapartida, a empresa poderá explorar os espaços de publicidade do relógio.

De acordo com a Prefeitura, a Brasil Outdoor foi a primeira colocada na concorrência pública apresentando o maior valor de outorga, de R$ 81,7 milhões. O valor corresponde a 11 vezes o montante do lance mínimo, de R$ 7 milhões, e a duas vezes o da proposta colocada em segundo lugar.

A novela dos relógios de rua

A primeira licitação para a renovação dos relógios de rua estava prevista inicialmente para outubro de 2015, mas foi adiada para janeiro do ano seguinte, quando deu deserta, isto é, nenhuma empresa mostrou interesse. Uma nova licitação foi anunciada em maio de 2016, com prazo de entrega de propostas até 17 de junho. Porém, foi suspensa em razão de impugnações e questionamentos por parte das cinco empresas que manifestaram interesse no serviço. Um novo edital só veio a ser publicado em 25 de julho, fixando o prazo para abertura das propostas em 15 de setembro, depois adiado para outubro. De novo, não saiu do papel.

Com a troca de gestão e a posse do prefeito Nelson Marchezan Júnior, a promessa era de que os relógios de rua estariam inseridos em uma agenda de parcerias público privadas (PPPs) a ser lançada pela Prefeitura, que incluía também o mobiliário urbano, a iluminação pública, o Mercado Público, o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas e o trecho 3 da Orla do Guaíba — nenhuma delas saiu, de fato, do papel até o momento.

Em entrevista ao Sul21 em 11 de junho de 2017, o então secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, destacou que o objetivo era licitar a concessão da operação ainda no segundo semestre daquele ano. Porto Alegre, no entanto, continuou por mais de dois anos sem algo tão prosaico e banal como relógios de rua.


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