Da Redação
A Prefeitura anunciou na quarta-feira (16) que estava cancelando a reunião marcada para a próxima terça-feira (22) entre o secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, e os dirigente dos sindicatos que representam os trabalhadores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf).
Grande parte dos trabalhadores do Imesf está em greve desde a semana passada para protestar contra a decisão do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) de demitir 1,8 mil trabalhadores da entidade e terceirizar os serviços de saúde da família no município. Aprovada no início do mês, a greve estava prevista para durar três dias inicialmente, entre os dias 9 e 11 de outubro. Na última sexta-feira (11), os trabalhadores decidiram suspender a greve para tentar um diálogo com a Prefeitura, uma vez que Marchezan tinha colocado a suspensão da paralisação como condição. No entanto, no mesmo dia, também decidiram que a greve seria retomada na quarta caso não houvesse a abertura de diálogo com o governo.
A Prefeitura marcou a reunião para o dia 22 na quarta (16), mas horas depois voltou atrás. Segundo comunicado divulgado à imprensa, a decisão foi tomada “diante do não cumprimento de prazos legais para comunicação de paralisação e da desassistência causada à população” e pela decisão dos sindicatos de continuarem a greve apesar do agendamento da reunião.
“O ofício que comunicava a paralisação nesta semana foi entregue na tarde de segunda-feira, 14. Portanto, o prazo legal de 48 horas não foi cumprido. Apesar disso, 13 unidades tiveram atendimento afetado durante todo o dia desta quarta-feira. Foram dez unidades de saúde totalmente fechadas e outras três com atendimento parcial. Com isso, 70 mil pessoas tiveram seu serviço de saúde prejudicado. Diante do quadro, a Secretaria emite, no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), convocação para que os profissionais retornem aos seus postos de trabalho”, diz a nota.
Presidente eleito do Sindisaúde, um dos sindicatos que representam os trabalhadores do Imesf, Julio Jesien acusa a Prefeitura de mentir para tentar enganar a população sobre a greve. “Não é possível tanto desrespeito. O prefeito foi comunicado oficialmente da greve no sábado (12), ou seja, 5 dias antes, e mente que não a comunicamos oficialmente dentro dos prazos legais? Além disso, há um mês estamos pedindo reunião, e ele agenda para a semana que vem e sem estar presente? Por favor, ninguém aqui é trouxa. Nós queremos negociar sério, sem ser passados para trás”, afirma Jesien.