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14 de janeiro de 2019
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20:51

InGá cobra medidas da Prefeitura de Porto Alegre e do MP para evitar extinção do Viveiro Municipal

Por
Sul 21
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InGá cobra medidas da Prefeitura de Porto Alegre e do MP para evitar extinção do Viveiro Municipal
InGá cobra medidas da Prefeitura de Porto Alegre e do MP para evitar extinção do Viveiro Municipal
Foto divulgada pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, que denunciou o desmonte do Viveiro em julho de 2018. (Foto: Simpa)

Da Redação

O Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá) encaminhou nesta segunda-feira (14) correspondência ao secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre, Maurício Fernandes, e ao coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Daniel Martini, solicitando providências urgentes de parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre, no que se refere à situação do Viveiro Municipal. O pedido foi motivado por matéria publicada no jornal Zero Hora, denunciando a situação de abandono em que se encontra o Viveiro Municipal. A matéria relata a morte de centenas de plantas nativas, algumas raras e ameaçadas de extinção pela ausência dos cuidados mais básicos como acesso à luz e água.

“Encaramos com muita preocupação esta situação de descaso com a coleção de plantas com respeito a um setor que consideramos de estratégia imprescindível para enfrentar a perda da biodiversidade em Porto Alegre”, afirma a correspondência. A InGá assinala que há décadas existe, no acervo do Viveiro, milhares de plantas nativas da flora de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul e também plantas exóticas. Esse tem sido fundamental, destaca a entidade, para o fato de Porto Alegre ser considerada uma das cidades mais bem arborizadas do Brasil. “Desde a década de 1970, houve uma mudança para melhor na composição florística das áreas urbanas da cidade de Porto Alegre, com árvores nativas do Rio Grande do Sul, em decorrência, em grande parte, das plantas provenientes do Viveiro Municipal e dos esforços e envolvimento de técnicos gestores deste setor da então SMAM”, diz ainda a entidade.

Além disso, acrescenta, estudantes de Biologia e de Agronomia realizaram e desejam continuar realizando seus estágios obrigatórios junto ao Viveiro Municipal, aprendendo formas de semeadura, propagação e desenvolvimento das plantas, entre outras atividades. “Fechar o Viveiro Municipal é destruir a memória do cultivo de nossas plantas nativas”, alerta a carta assinada pelo coordenador geral do InGá, Paulo Brack.

A entidade chama ainda a atenção das autoridades para uma série de medidas tomadas nos últimos anos que eliminaram importantes espaços de preservação da biodiversidade do município. Entre elas destaca o fechamento das zonais da Secretaria do Meio Ambiente, o encerramento das atividades e a demolição do Orquidário Municipal, localizado no Parque Farroupilha, e a ausência de concurso, há mais de duas décadas, para a contratação de biólogos, agrônomos e engenheiros florestais.

A possível extinção do Viveiro Municipal também implicaria, segundo o InGá, a perda de centenas de milhares de reais em investimentos públicos provenientes do Ministério de Meio Ambiente, por meio do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA). “Os recursos foram destinados para a construção de estruturas físicas e equipamentos com finalidade do estabelecimento de um banco de sementes de espécies nativas no Viveiro Municipal”. A Prefeitura de Porto Alegre, acrescenta, “estará se desfazendo de equipamentos e estruturas físicas, concedidas por um órgão federal, e que são essenciais para a qualificação da produção de mudas de uma arborização que lhe conferiu o status de uma das capitais mais bem arborizadas do Brasil”.

O encerramento das atividades do Viveiro, conclui, representaria “uma perda irreparável para a arborização, para a biodiversidade e a vegetação urbana de Porto Alegre”. “Consideramos fundamental que o Viveiro Municipal siga desenvolvendo a produção de mudas nativas de espécies de uso estratégico como ornamentais, ameaçadas, frutíferas e de valor cultural, entre outros, com o acompanhamento e integração com universidades, centros de pesquisa e entidades ambientalista. Esperamos que a pasta de meio ambiente e administração municipal respondam pelos recursos e os esforços já investidos, há décadas, nesta atividade essencial que está sob risco de solução de continuidade”.


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