Cidades
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14 de dezembro de 2018
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18:00

Em reunião com secretário de Desenvolvimento Econômico, ambulantes negociam alternativas para comércio no Centro

Por
Sul 21
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O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Eduardo Cidade, se reuniu com  representantes da União dos Camelôs e Ambulantes do Brasil e os vereadores Fernanda Melchionna e Roberto Robaina do PSOL. Foto: Divulgação

Giovana Fleck

Na manhã desta sexta-feira (14), o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Eduardo Cidade, se reuniu com  representantes da União dos Camelôs e Ambulantes do Brasil e os vereadores Fernanda Melchionna e Roberto Robaina, do PSOL. No dia 5 de dezembro, dezenas de vendedores ambulantes, camelôs e feirantes protestaram em frente à Prefeitura de Porto Alegre contra truculência da Guarda Municipal em recentes apreensões no bairro Centro Histórico.

Desde o ato, os manifestantes tentavam conseguir marcar uma reunião com o secretário para debater alternativas para o comércio de rua. “Quem está no Centro não está ali por acaso. São trabalhadores que precisam sustentar suas famílias. Mas não está fácil, especialmente com a truculência da Guarda Municipal”, destaca Juliano Fripp, membro da União.

Juliano lembra que, num país com 12 milhões de desempregados – onde apenas na Região Metropolitana este número chega a 234 mil pessoas – e onde 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, é inevitável que a informalidade cresça. Juliano é ambulante desde junho de 1990. “Já passei por poucas e boas”, conta. Ainda assim, diz nunca ter convivido com tanto medo de agentes públicos. “Precisamos de alternativas. Não basta a Guarda Municipal vir e confiscar as mercadorias. Isso não resolve o desemprego. Na verdade, só leva mais gente que está tentando trabalhar para o caminho da violência.”

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Por isso, em novembro, a União se reuniu com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico para elaborar uma proposta que beneficiasse tanto o município quanto os ambulantes. Chegaram a um consenso com a delimitação de um projeto de camelódromo que seria sediado, em forma de feira, no Viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros. “Seria um presente para Porto Alegre”, define Juliano. “Beneficiaria, pelo menos, 250 pessoas e iria pacificar a relação entre o ambulante e o guarda municipal.”

A ideia foi apresentada para o secretário nesta sexta-feira. “Ele não disse sim, mas também não disse não. Reconheceu que o projeto é benéfico e contribuiria para a pacificação do Centro”, explica Juliano. Segundo ele, o secretário se comprometeu a dar uma resposta oficial na segunda-feira (17). Uma assembleia foi marcada para o início da tarde do mesmo dia para divulgar a decisão para a categoria. “Já fomos alvo de tapas, tiros de borracha e outros tipos de violência. O que queremos é poder trabalhar em paz”, encerrou Juliano.

 


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