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7 de agosto de 2018
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13:39

Previdência complementar trará prejuízo para o município, diz diretor do Simpa

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Sul 21
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Previdência complementar trará prejuízo para o município, diz diretor do Simpa
Previdência complementar trará prejuízo para o município, diz diretor do Simpa
Municipários convocaram ato em frente à Prefeitura com o objetivo de denunciar à população o sucateamento dos serviços públicos em Porto Alegre. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

Da Redação

O diretor do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Alberto Terres, criticou, na manhã desta terça-feira (7), o projeto de criação de uma previdência complementar para os servidores do município, aprovado ontem na Câmara de Vereadores. Segundo ele, esse projeto vai trazer prejuízos para a Prefeitura. “No curto e médio prazo, essa previdência complementar vai onerar a Prefeitura porque ela nasce falida. Para criar essa previdência complementar, a Prefeitura precisará aportar em torno de R$ 10 milhões. No médio prazo, essa previdência deverá devolver esses recursos para a Prefeitura. No entanto, as adesões a essa previdência complementar serão em um número tão pequeno que ela não conseguirá se sustentar financeiramente”, disse Terres.

O dirigente do Simpa assinalou ainda que, no caso da previdência complementar criada no país, desde 2012, houve a adesão de menos de 2% dos servidores. “No caso da previdência complementar estadual, idem. Um percentual muito pequeno está aderindo porque a média salarial hoje dos servidores do município de Porto Alegre está em torno de 6 mil reais e o teto máximo do regime geral está em torno de R$ 5,6 mil. Ou seja, não haverá recursos dentro dessa Previdência para garantir a saúde financeira dela. Não são os servidores que perderão com isso, mas sim o município. É um prejuízo para a cidade e um erro muito grande de gestão do prefeito Marchezan”, acrescentou.

Terres apontou ainda o déficit de servidores no município como um elemento que resulta numa equação que não fecha. “O prefeito disse ontem, no Twitter, que aumentou o número de aposentados. Há um déficit muito grande de servidores que estão se aposentando, sem que o prefeito faça a reposição. Só no HPS faltam cerca de 200 servidores. Na Fasc, faltam 600 servidores. Na educação, idem. Só nestes três setores, há um déficit em torno de 1200 servidores. Com a ameaça de retirada de direitos, que surgiu no início do governo Marchezan, muitos servidores começaram a pedir aposentadoria para não perder suas conquistas. Houve um aumento significativo de servidores pedindo aposentadoria e eles não estão sendo repostos. Essa é uma conta que não vai fechar nunca, não somente do ponto de vista do atendimento à população, como também do orçamento da Prefeitura, porque existe um desequilíbrio causado pela má gestão”.

O Sindicato dos Municipários convocou um ato público em frente à Prefeitura, na manhã desta terça, com o objetivo de denunciar à população o sucateamento dos serviços públicos na cidade. Os municipários seguem solicitando ao prefeito a abertura de uma mesa de negociação para discutir a reposição da inflação e a contratação de novos servidores. Às 14 horas haverá uma assembleia que discutirá os rumos do movimento grevista.


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