Joana Berwanger
Sob gritos de “somos os estudantes e o meio-passe ninguém vai tirar” e “fora, Marchezan”, milhares de estudantes e servidores marcharam na manhã desta sexta-feira (17) em defesa do transporte público e da meia passagem, em Porto Alegre. Os manifestantes se reuniram em frente à Escola Técnica Parobé, localizada na Cidade Baixa, e caminharam em direção à Prefeitura, finalizando o ato no Largo Zumbi dos Palmares. Entre as principais pautas estava o protesto contra mudanças propostas pela Prefeitura, ainda em 2017, que dariam fim à universalidade da meia passagem escolar.
A integrante da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa), Gabriele Silveira, de 15 anos, decidiu ir às ruas para se posicionar contra as medidas que ela acredita que contribuem para evasão escolar: “Eles abrem presídio e fecham colégios, não dão oportunidade para os estudantes. A gente não pode aceitar isso quieto”.
Decreto do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), publicado há cerca de um ano, acabou com a gratuidade da segunda passagem para quem pega mais de um ônibus em um intervalo de 30 minutos, mantendo o benefício apenas a estudantes que utilizam o cartão TRI escolar. Na mesma época, o prefeito encaminhou à Câmara de Vereadores um pacote de medidas para alterar o sistema de transporte coletivo na Capital. As propostas, no entanto, tiveram tramitação suspensa e não foram votadas pelos vereadores, mas previam, entre outras coisas, que apenas estudantes de famílias com renda de até três salários mínimos passariam a ter o direito à meia passagem, que também não seria mais um direito para professores. Além disso, acabaria com a isenção da passagem para pessoas de 60 a 64 anos, reduziria o número de viagens isentas para idosos e portadores de doenças que têm acesso ao benefício, a autorizaria as empresas a iniciarem o processo de eliminação dos cobradores.
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