Débora Fogliatto
Há 20 dias, cerca de dez crianças da Vila Dique não conseguem frequentar a Escola Municipal de Educação Infantil Vila Floresta. Isso porque um buraco improvisado no muro que divide a comunidade da Avenida Sertório foi fechado, inviabilizando a passagem das mães e crianças. Nesta segunda-feira (27), a vereadora Sofia Cavedon (PT) levou um grupo de mães da Dique a uma reunião com o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos Dornelles, do Ministério Público Estadual (MP/RS). O encontro, no entanto, não teve o resultado esperado pelas mulheres, segundo Sofia.
Localizada ao lado do Aeroporto Salgado Filho, há nove anos a Dique é afetada pelas obras de ampliação do aeroporto. Parte da comunidade foi reassentada no Conjunto Habitacional Porto Novo, no bairro Rubem Berta, e os moradores que permaneceram no local acabaram ficando sem equipamentos básicos como posto de saúde e escolas. As cerca de 300 famílias que vivem no local querem permanecer lá, mas a situação é precária. “O MP tem que tratar o grave problema social que é o fato de uma obra estar se instalando sobre as famílias. A maioria está lutando para ficar ali, mas igual as moradias alternativas não estão prontas para recebê-las. Então é cruel e equivocada essa política de retirar todas as políticas públicas, inclusive o acesso às vias”, avalia Sofia.
Na próxima sexta-feira (31), as mães também terão uma reunião com a procuradora Danielle Bolzan Teixeira, da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude, e a expectativa é que soluções sejam propostas neste encontro. “O encaminhamento do subprocrador foi ligar para a Danielle, e nós já tínhamos pré-agendado uma reunião com ela. Esperamos que na sexta haja uma resposta mais resolutiva”, resumiu a vereadora.