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5 de dezembro de 2017
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20:11

Prometidas para Copa de 2014, obras em armazéns do Cais Mauá devem sair até 2020, dizem investidores

Por
Sul 21
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Cais Mauá: investidores prometem revitalização dos armazéns para 2019 | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Cristiano Goulart

A Prefeitura de Porto Alegre entregou, nesta terça-feira (5), a licença de instalação para o grupo de investidores Cais Mauá do Brasil iniciar as obras do Cais Mauá. Com o documento, o grupo poderá iniciar a execução da primeira etapa do empreendimento, que consiste na revitalização dos 11 armazéns e na instalação de 10 praças, além da criação de 400 vagas para estacionamento. O grupo de investidores promete iniciar os trabalhos até março de 2018 e concluir esta etapa em, no máximo, dois anos.

Antes disso, porém, há outros trâmites burocráticos que devem ser cumpridos pelos empresários, como relata Sergio Lima, diretor de operações do Cais Mauá do Brasil. “Antes disso, nós vamos ao Governo do Estado estabelecer o cronograma de obras. Feito isso, vamos passar à contratação das empresas para executar o trabalho. São empresas que vão ser contratadas, contactadas ou convidadas, considerando a capacidade técnica de cada uma. Nós vamos dar preferência às empresas gaúchas”, diz o diretor.

O investimento previsto pelo Cais Mauá do Brasil para a execução da primeira etapa do projeto é de R$ 80 milhões. O grupo é composto por três empresas societárias: a espanhola GSS Holdings detém 51% do empreendimento, o Fundo de Investidores e Participações (FIP), administrado pela NSG, possui 39% e a carioca Contern, que pertence ao Grupo Bertin, 10%. No último dia 16 de agosto, no entanto, a empresa Contern pediu recuperação judicial, solicitação aceita no dia 28 do mesmo mês. Uma das possibilidades avaliadas pelo Grupo Cais Mauá é a de aumentar a participação do FIP na distribuição societária, o que pode transformar o Fundo em acionista majoritário.

“O Governo do Estado já se manifestou favorável referente à mudança do controle acionário. A empresa, de forma interna, já está cuidando disso. E vamos pensar nesse assunto pra frente. Não há nenhum tipo de óbice. Existe uma possibilidade do controle acionário ser alterado”, diz Sergio Lima.

Na mesma fase que inicia em março, os investidores prometem executar as contrapartidas no entorno do Cais Mauá | Foto: Maia Rubim/Sul21

Também está prevista, nesta primeira etapa, a demolição do armazém A7. Em julho do ano passado, a vereadora Sofia Cavedon (PT) protocolou um projeto de lei para tentar incluir o armazém na lista dos imóveis tombados. A proposta, no entanto, segue tramitando na Câmara Municipal, sem previsão de ir à votação.

Na mesma fase que inicia em março, os investidores prometem executar as contrapartidas no entorno do Cais Mauá. Estão previstas a ampliação dos portões de seis para 12 metros, a criação das faixas de aceleração e desaceleração para o trânsito de entrada e saída, além das intervenções das passagens de nível previstas para a Avenida Mauá. Um sistema de ciclovias também irá integrar o Cais à Orla do Guaíba.

Na segunda etapa, que deve começar tão logo seja concluída a primeira, estão previstas as construções de docas, com um centro de eventos e três torres, sendo um hotel e dois edifícios comerciais. A terceira etapa, executada entre o Cais e a Orla do Guaíba, compreende um centro de negócios de dois andares, com jardim no terraço. Ao todo, a execução do projeto está avaliada em R$ 500 milhões em uma área de 11 mil m². O grupo Cais Mauá pretende concluir a obra em seis anos, a contar de março de 2018.

O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., afirma que todas as resistências à execução da obra já foram superadas. “Olha, os atravessadores, os trancadores do futuro, estão sempre aí de plantão, né? Mas depois de 30 anos, já foi auditado pelo Tribunal de Contas em um processo de mais de 6 mil páginas, já passou pelo crivo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente todo o processo de novo, mas eu acho que nós estamos chegando em um final bastante desgastante, mas que já foi bastante estressada essa pauta. Tudo já foi debatido, tudo já foi questionado, tudo já foi respondido, tudo já foi analisado. Acho que o momento agora é de entregarmos o Guaíba, essa parte do Guaíba, entregar o Cais de verdade ao cidadão de Porto Alegre”, defende o prefeito.

Ato de entrega da Licença de Instalação (LI) ao empreendedor Cais Mauá do Brasil S.A. | Foto: Maia Rubim/Sul21

Denúncia de abandono dos armazéns

No último mês de novembro, representantes da Associação de Amigos do Cais do Porto (Amacais) apresentaram documentos ao Ministério Público de Contas do Estado (MPC-RS) denunciando o abandono e deterioração dos armazéns do Cais Mauá. Na denúncia, além de apresentar fotos que mostram a condição dos espaços, a Amacais afirma que “a cláusula 8ª do contrato de arrendamento obriga o consórcio “Viva Cais Mauá” a conservar e manter os edifícios.” O procurador do MPC, Geraldo Da Camino, deve emitir um parecer sobre a denúncia até o final desta semana.

Foto: Guilherme Santos/Sul21
Foto: Guilherme Santos/Sul21
Foto: Guilherme Santos/Sul21
Guilherme Santos/Sul21

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