Gregório Mascarenhas
A Prefeitura, o Itaú Unibanco e a tembici., empresa operadora do programa, apresentaram, na tarde desta quinta-feira (10), o que se chamou de “novo BikePoa”, um conjunto de alterações no sistema de aluguel de bicicletas em Porto Alegre. As mudanças ainda não foram executadas, mas o objetivo é, até o final do ano, trocar o modelo das bicicletas, substituir as estações e facilitar o acesso ao sistema, inclusive com integração ao cartão TRI. O evento ocorreu em frente à estação de bicicletas compartilhadas da Fundação Iberê Camargo.
No lançamento, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) afirmou que deve haver uma “integração lato sensu” – isto é, em sentido amplo – do deslocamento ciclístico ao trânsito de Porto Alegre, dentro do que ele chama de “visão mundial do transporte”. O chefe do Executivo disse, porém, que é preciso investigar “se a ciclovia é o único caminho” para a inclusão das bicicletas, “ou se há melhor forma de integração”. A melhora da infraestrutura, disse o prefeito, depende “da vida real dos cofres”, consoante uma recuperação das contas públicas. “Não vou usar meias palavras: vai demorar um pouquinho”, afirmou Marchezan.
Questionado sobre defeitos em vias ciclísticas, o prefeito respondeu que há defeitos também “nas calçadas, nas ruas, nas avenidas. As ciclovias não fogem da realidade”, avaliou, ponderando que há necessidade de investimento em várias áreas. Ele diz que haverá, porém, um grande avanço nos próximos meses, com “bastante participação da iniciativa privada”.
Tomás Martins, que é CEO da tembici., explica que há três eixos principais na reestruturação do sistema, que deve ocorrer concomitantemente em Porto Alegre e no Recife. O primeiro é a troca das bicicletas, que terão seu modelo atualizado para uma versão importada do Canadá – “mais leves, ergonômicas e robustas”, diz. O aro das rodas diminui, de 26 para 24 polegadas, que são mais versáteis e menos visados para roubos – há também um dispositivo com trava antifurto. As estações também passam por mudanças: terão mais vagas para que mais bicicletas sejam fixadas, e a disponibilidade de unidades também aumenta.
Na facilitação do acesso ao sistema, o objetivo é implantar mais formas de utilizar as bicicletas. Além da futura integração ao cartão TRI, planeja-se possibilitar passes casuais através de pagamento por cartão de crédito. O aplicativo do BikePoa também terá mudanças, como a possibilidade de pagar e desbloquear a bicicleta com um código gerado digitalmente.
A Prefeitura e o Itaú anunciaram ainda mais dois programas focados na mobilidade: um curso de capacitação de motoristas de ônibus, inicialmente fornecido a trabalhadores da Carris, e, depois, aos de outras empresas, com possibilidade futura de participação de taxistas; e um projeto chamado “Escolinha Bike”, um curso de ciclismo para crianças de dois a sete anos.
