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10 de julho de 2017
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19:00

Alegando prejuízos, empresas querem transferir quatro linhas de ônibus para a Carris

Por
Luís Gomes
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Alegando prejuízos, empresas querem transferir quatro linhas de ônibus para a Carris
Alegando prejuízos, empresas querem transferir quatro linhas de ônibus para a Carris
Operadoras alegam que estão subsidiando operação da Carris | Foto: Filipe Castilhos/Sul21

Luís Eduardo Gomes

Alegando desequilíbrio financeiro, as operadores privadas do sistema de transporte público de Porto Alegre anunciaram nesta segunda-feira (10) que pretendem, a curto prazo, transferir a operação de quatro linhas de ônibus – 620 Iguatemi/Vila Jardim; 264 Prado; 256 Intendente Azevedo e 349 São Caetano – para a Carris. As empresas afirmam  que a Carris não cumpre a quilometragem definida em contrato, mas recebe receitas equivalentes.

O diretor executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Gustavo Simionovschi, afirma que, pelo contrato do sistema de transporte público da Capital, a Carris deve ser responsável por 22,44% dos custos de operação do sistema e receber 22,44% da receita. No entanto, entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017, teria ficado responsável por apenas 21,17% dos custos, com seus ônibus tendo rodado 1.497.622 km a menos do que o que deveria. Somente entre fevereiro e junho deste ano, a Carris teria rodado 624 mil km a menos do que deveria. Os cálculos seriam da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

Simionovschi explica que, apesar de rodar menos do que as empresas privadas, a Carris receberia os mesmos 22,44% da receita total do sistema, uma vez que a divisão dos recursos arrecadados é realizada por meio de uma câmara de compensação tarifária, criada para equilibrar os resultados de empresas que operam linhas mais ou menos lucrativas. “Como todo mundo paga uma tarifa única, independente da distância, existe a necessidade de transferência de um operador para outro. O nome disso é câmara de compensação tarifária. A consequência disso é uma empresa ter que repassar para a outra”, afirma.

As empresas alegam então que estão subsidiando a operação da Carris e, para compensar a diferença, desejam transferir para a empresa pública a operação de quatro linhas. “Estamos colocando que não temos mais condições de operar essas linhas”, diz Simionovschi, acrescentando que o sistema voltaria a se tornar equilibrado com a Carris passando a operar esses itinerários.

Segundo ele, ainda não há data definida para a transferência, uma vez que as operadoras privadas estão se organizando para avisar a tripulação que opera os itinerários e a população, mas deve ocorrer a “curto prazo”, provavelmente nos próximos dias.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade (Smim), por intermédio da EPTC, informou que está avaliando o pedido de transferência de quatro linhas de ônibus da ATP para a Carris e que outra opção de reequilíbrio seria através do pagamento em dinheiro. A Smim promete dar um parecer em até 10 dias, porém, ressalta que não haverá modificação na tabela horária das linhas ou desatendimento aos passageiros.

 


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