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23 de dezembro de 2016
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20:06

Movimento de População de Rua faz ato de resistência no viaduto da Borges

Por
Sul 21
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Moradores de rua apresentaram em cartazes alguns dos principais problemas que vêm enfrentando. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Moradores de rua apresentaram em cartazes alguns dos principais problemas que vêm enfrentando. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Marco Weissheimer

O Movimento Nacional de População de Rua – Rio Grande do Sul (MNPR-RS) promoveu no final da tarde de quinta-feira (22), um ato de resistência cultural em defesa dos direitos da população em situação de rua que sofreu uma remoção forçada no viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, centro de Porto Alegre. A remoção ocorreu no dia 10 de dezembro e envolveu uma força tarefa composta por funcionários do Departamento de Mobilidade e Limpeza Urbana (DMLU), Guarda Municipal, EPTC e Brigada Militar.

Na tarde de quinta, no mesmo momento em que bombas de gás lacrimogêneo eram lançadas pela Brigada Militar contra servidores públicos na Praça da Matriz, uma área do viaduto foi ocupada com manifestações artísticas e falas com reivindicações da população de rua. Participaram do ato de resistência os grupos Rádio na Rua, Front LR e Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela.

As reivindicações também foram apresentadas em cartazes colocados nas paredes do viaduto, que apontaram alguns dos principais problemas que essa população vem enfrentando, entre eles a precarização do atendimento nos Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (POP’s) e maus tratos cometidos por policiais militares.

“Estamos aqui com alguns usuários do serviço de assistência que frequentam o POP1 e o POP2, que dão cobertura para a população em situação de rua. A nossa manifestação hoje tem o objetivo de denunciar o que aconteceu aqui com o despejo de alguns moradores que ficam aqui no viaduto da Borges e também algumas precarizações de serviços que estão acontecendo. Alguns trabalhadores ficaram sem o repasse do salário, falta material de higiene e outros produtos”, relatou Priscila Ferreira Lopes, apoiadora do Movimento de População de Rua.

No dia 15 de dezembro, a Fundação de Assistência Social e Cidadania de Porto Alegre (Fasc) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) anunciaram os dados de uma pesquisa que realizaram sobre a população em situação de rua da Capital. Segundo esse levantamento realizado entre março e dezembro deste ano, foram contabilizados 2.115 adultos em situação de rua em Porto Alegre. Em 2011, foram contabilizadas 1.347 pessoas. O Movimento Nacional da População de Rua sustenta que esse número é bem maior, variando entre 5 e 6 mil pessoas.


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