Luís Eduardo Gomes
A Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE-RS) divulgou na segunda-feira (12) os dados de estimativas populacionais de municípios do Rio Grande do Sul elaborados a partir dos registros de nascimento, óbitos e números de matrículas no ensino fundamental no Estado de 2015. Os dados apontam que a população do Estado continua envelhecendo em um ritmo acelerado. Porém, também indica uma retomada no número de nascimentos no ano passado na comparação com os anos anteriores.
Entre 2014 e 2015, o número de idosos (pessoas com mais de 60 anos) aumentou 2,68%. A população total do Estado, porém, cresceu apenas 0,36%. No ano passado, o percentual de pessoas com 60 anos ou mais em todo o Estado atingiu a marca de 15,67% da população. Em alguns municípios, o número de idosos supera 30% do total de habitantes. Os cinco municípios gaúchos com maior número de idosos se localizam na Serra e no Vale do Taquari: Coqueiro Baixo (36,88% de idosos), Coronel Pilar (32,79%), União da Serra (30,44%), Santa Tereza (29,80%) e Relvado (29,32%).
Em compensação, a FEE também aponta que, nos últimos anos, foi registrada uma reversão da tendência de queda no número de nascimentos no Estado. “Até 2010 vinha caindo drasticamente o número de nascimentos e as projeções esperavam a continuidade de redução, mas o que se vê é que o número de nascimento subiu um pouco, na faixa de 0 a 4 anos voltamos a patamares de 2008”, destaca Pedro Zuanazzi, do Núcleo de Demografia e Previdência da FEE e um dos autores do estudo, ao lado de Mariana Bartels.
A pesquisa aponta que, ao final de 2015, viviam no Estado 150.237 menores de 1 ano. Este número é superado apenas pelos maiores de 11 anos em diante (com a exceção daqueles que tinham 12 anos). A faixa etária com o menor número de representantes era a de 7 anos, com apenas 132.027 pessoas. Já as com maior número de pessoas são as daqueles que tinham 15 anos, 180.503, e 19 anos, 179.330.
A mesma tendência de recuperação de nascimentos também é registrada na Capital. Porto Alegre fechou 2015 com 19.624 nascimentos. Número este que é superado apenas a partir da faixa etária dos 15 anos (21.571).
Ao todo, dos 11.247.972 de gaúchos estimados, 3.044.301 têm entre 0 e 19 anos. Já os maiores de 60 anos somam 1.761.169.
Os cinco municípios gaúchos com maior número de idosos se localizam na Serra e no Vale do Taquari: Coqueiro Baixo (36,88% de idosos), Coronel Pilar (32,79%), União da Serra (30,44%), Santa Tereza (29,80%) e Relvado (29,32%).
Já os municípios com maior número de crianças (0 a 9 anos) são: Redentora (17,01%), Araricá (16,82%), Capão da Canoa (16,52%), Tramandaí (15,70%) e Alvorada (15,61%).
Mulheres vivem mais
Chama a atenção no levantamento também a relação entre homens e mulheres na população gaúcha. A proporção de nascimentos dá vantagem masculina: para cada 100 mulheres, nascem 106 homens. Em todas as faixas etárias (divididas de cinco em cinco anos) dos 0 aos 29 anos, os homens são a maioria.
No entanto, a partir desse ponto, as mulheres são maiorias em todas as faixas etárias, com a população feminina sendo amplamente superior nas idades mais avançadas. Entre aqueles que têm 80 anos ou mais, 80.971 são homens e 160.724 são mulheres, praticamente o dobro.
Ao todo, as mulheres representam 51,33% da população do RS. A cidade com maior proporção de mulheres é Porto Alegre, com 53,67%. Já o município com maior proporção de homens é Charqueadas, com 57,82%.
Movimentos populacionais
O levantamento da FEE ainda aponta que, de 2001 a 2015, municípios do Litoral Norte tiveram grande crescimento populacional, enquanto as maiores perdas de população ocorreram nas regiões da fronteira e Alto Uruguai.
No período, os municípios que mais cresceram populacionalmente foram Arroio do Sal (65,81%), Imbé (63,27%), Xangri-lá (61,64%), Balneário Pinhal (57,01%) e Nova Santa Rita (53,40%). Já os que mais perderam população foram Porto Vera Cruz (-32,69%), Rio dos Índios (-32,12%), Itatiba do sul (-28,86%), União da Serra (-27,35%) e Alpestre (-26,81%).
Zuanazzi explica que a a migração para as cidades litorâneas ocorre em todas as faixas etárias, inclusive entre os mais idosos. “Claro que esse movimento acaba por gerar demanda de serviço, portanto, faixas mais jovens também se deslocam pela oportunidade de trabalho. Além disso, a elevada quantidade de domicílios de uso ocasional na região são um atrativo para aqueles que desejam sair dos centros urbanos mas não querem adquirir uma nova moradia”, afirma.
