Cidades
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12 de julho de 2016
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21:54

Sem presença do Dmae, Câmara debate mau cheiro e gosto ruim da água na Capital

Por
Sul 21
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Representantes da Comissão de Saúde e Meio Ambiente se reuniram com presentantes da prefeitura para tratar do problema |Guilherme Almeida/ CMPA
Representantes da Comissão de Saúde e Meio Ambiente se reuniram com presentantes da prefeitura para tratar do problema |Guilherme Almeida/ CMPA

Da Redação*

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara de Vereadores da Capital se reuniu, na tarde desta terça-feira (12) com representantes da prefeitura para discutir o mau cheiro e gosto ruim da água, problema que se arrasta há cerca de três meses. Em 90 dias, foram registradas 1.003 reclamações sobre a qualidade da água na cidade.

Na oportunidade, a presidente da Cosmam, vereadora Lourdes Sprenger (PMDB), leu um documento enviado pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), responsável pelo tratamento da água, em que aponta três hipóteses para o problema: poluição, reação de substâncias e condições de saneamento precárias. Engenheiro químico da equipe de Vigilância Sanitária, Rogério Ballestrin afirmou que “o Dmae foi questionado pela prefeitura, que, por sua vez, informou que a dosagem de cloro usada no tratamento do líquido permaneceu a mesma.” Ele acrescentou que foi feito um estudo sobre a toxicidade da água e também não foi constatada alteração”. Já o engenheiro civil e representante do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) Paulo Napoli frisou que a responsabilidade do tratamento da água potável na cidade é, na verdade, do Dmae. A Cosmam convidou o departamento para a reunião, mas não houve comparecimento. 

A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e microbiologista Sueli Van Der Sand esclareceu que as bactérias encontradas em estações de bombeamento e que podem ser as causadoras do mau cheiro e do gosto ruim, chamadas de actinomicetos, não oferecem riscos à saúde da população. “Essa alteração pode ter acontecido por causa da baixa quantidade de chuva nos últimos meses, mas isso também é resultado da poluição ambiental. Em todo o mundo, a gente tem esse tipo de problema”, explicou Sueli.

Representante da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Alfredo Ferreira ressaltou que há um desaparelhamento dos órgãos públicos que cuidam do meio ambiente na cidade. “Por um lado, usa-se o Guaíba para lançar dejetos. Por outro, houve falta de chuvas, por isso a maior concentração de poluentes. Mas a poluição, em Porto Alegre, não tem sido mais examinada”, alertou Ferreira. O presidente do Movimento Menino Deus Sustentável, Ivo Krauspenhar, disse que a falta de equipamentos modernos e o sucateamento dos órgãos públicos interferem nesse descuido com a água, que vem apresentando cheiro “muito forte” na região do Menino Deus.

Ao final da reunião, foram feitos encaminhamentos ao Ministério Público, que está realizando um inquérito sobre o caso.

(*) Com informações da assessoria de imprensa da Câmara


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