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29 de junho de 2016
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21:59

Audiência de conciliação entre Estado e Lanceiros Negros não tem avanços

Por
Sul 21
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Em maio, advogados conseguiram suspender a reintegração de posse da ocupação, comemorada pelos moradores Lanceiros |Foto: Joana Berwanger/Sul21
Em maio, advogados conseguiram suspender a reintegração de posse da ocupação, comemorada pelos moradores Lanceiros |Foto: Joana Berwanger/Sul21

Da Redação

Na tarde desta quarta-feira (29), ocorreu uma nova audiência de mediação entre o Estado e a ocupação Lanceiros Negros, no Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc), na Capital, porém terminou sem avanços quanto à apresentação de uma solução para os moradores do local. Desde o ano passado, cerca de 70 famílias ocupam o prédio do Estado, localizado na esquina das Ruas General Câmara e Andrade Neves, que estava abandonado há 10 anos. O Estado pediu a reintegração de posse, que foi concedida pela Justiça. No mês de maio, a Brigada Militar chegou a bloquear as ruas ao redor para fazer a reintegração, já que os moradores resistiam, mas, na última hora, advogados da ocupação conseguiram suspender o despejo.

Coordenadora do Movimento Livre nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que lidera a ocupação, Nana Sanches afirmou que o Estado não chegou a apresentar um local para abrigar as famílias nem fez uma proposta concreta sobre o projeto apresentado pela ocupação de uma casa de acolhimento para moradores que vivem em áreas conflagradas pelo tráfico ou em áreas de risco. Ficou marcada uma nova audiência de conciliação, segundo a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), para 15 de agosto e, durante o período que antecede a reunião, o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) fará o cadastro dos moradores. Também, de acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado, os governos municipal e estadual irão fazer um estudo sobre a viabilidade da casa de acolhimento para abrigar as cerca de 70 famílias.

Audiência na tarde desta quarta-feira foi a segunda, mas terminou sem avanços|Foto: Gustavo Monteiro Chagas/TJ
Audiência na tarde desta quarta-feira foi a segunda, mas terminou sem avanços|Foto: Gustavo Monteiro Chagas/TJ

Na audiência, conforme relatou Nana, a PGE informou,  que há seis mil imóveis do Estado desocupado, mas que não podem ser destinados para moradia, porque serão leiloados ou usados pelo sistema penitenciário para detentos do regime semiaberto. Já em relação ao prédio ocupado pela Lanceiros, a PGE reforçou o interesse pela retomada e teria informado que o Estado pretende instalar no local uma das secretarias. “Eles (PGE) informaram que os prédios não podem ir para nenhuma família carente da ocupação”, contou Nana, sobre os edifícios disponíveis. Os representantes da Lanceiros pediram para o Estado apresentar a relação de imóveis desocupados na próxima reunião de conciliação. A audiência desta quarta foi a segunda entre Estado e a Lanceiros Negros.


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