Da Redação
O grupo de jovens que ocupou a Casa do Estudante Universitário Aparício Cora de Almeida (Ceuaca) na madrugada deste domingo (13), no centro da Capital, deixou o local pela parte da tarde, depois de acordo com a Brigada Militar e de conversar com integrantes do Estado, responsável pelo prédio. Os estudantes de diferentes universidades de Porto Alegre aceitaram deixar o lugar de forma voluntária depois da confirmação de uma reunião nesta segunda-feira (14) com a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH) com o fim de tratar da reforma da Ceuaca. Os jovens também conseguiram que a imprensa tivesse acesso à casa para conferir a situação do prédio. “Decidimos sair, mas não saímos derrotados de jeito nenhum”, garantiu Emiliano Zuchetti, um dos líderes do grupo.
O jovem explicou que o ato foi motivado pela ocupação Lanceiros Negros, também no centro de Porto Alegre e próxima à Ceuaca, e pela mobilização dos estudantes nas escolas em São Paulo. “Com certeza nos inspirou”, completou ele. O grupo reivindica a suspensão imediata da reintegração de posse do prédio da Lanceiros já determinada pela Justiça a pedido do Estado. Nesta segunda, conforme Zuchetti, os jovens vão insistir na suspensão do despejo na reunião com a SJDH.
Em relação à Ceuaca, informou o estudante, o grupo queria chamar a atenção para a situação de abandono, que estaria sendo usada “de casa de passagem de drogadição.” Há dois anos, segundo Zuchetti, tem promessa de reforma da estrutura e que, inclusive, os estudantes que moravam no local foram realocados para outros prédios para a realização das obras, o que não ocorreu até hoje. “É um prédio histórico para os estudantes, queremos que o Estado assuma a responsabilidade de revitalizá-lo”, afirmou ele. Como a casa é ampla com capacidade para cerca de 40 quartos, o jovem disse que o grupo também reivindica o acesso de estudantes grávidas e a implantação de cursos no local.
Ao final, a Brigada Militar identificou todos os jovens que fizeram a ocupação, porém não foi registrado boletim de ocorrência, conforme estabelecido no acordo. Acompanharam as negociações o advogado da ocupação, Tiago Luz, os vereadores Marcelo Sgarbossa (PT), Fernanda Melchionna (PSOL) e o deputado estadual Pedro Ruas (PSOL), que junto com estudantes e imprensa verificaram a situação interna da casa.
Confira mais algumas fotos da situação da casa do estudante: