Cidades|z_Areazero
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8 de outubro de 2015
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20:58

Prefeitura estima que revitalização no Largo dos Açorianos ficará pronta em outubro de 2016

Por
Sul 21
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Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Atualmente, unica água existente no “pântano” é a da chuva | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Débora Fogliatto

Os moradores de Porto Alegre ainda terão que esperar pelo menos um ano para ter de volta um dos principais cartões postais da cidade, o Largo dos Açorianos. O local, que há alguns meses era palco de confraternizações e festas ao ar livre, agora está com o lago esvaziado, sendo chamado ironicamente de “pântano” nas redes sociais. Vazio desde fevereiro, o lago será reformado, assim como a praça em seu entorno, em processo que deve terminar somente em outubro de 2016.

No Facebook, o evento “Mateada coletiva no Pântano dos Açorianos” já conta com quase 900 confirmados, e surgiu no grupo Vizinhos do Centro Histórico, onde moradores da região compartilham fotos e opiniões sobre o caso. A preocupação com a possível proliferação da dengue no local é um dos assuntos abordados, assim como o mau cheiro e o prejuízo à paisagem. Devido ao mau tempo, o encontro ainda não aconteceu, mas a ideia é que seja realizado para debater entre moradores a situação do local.

No evento, usuários destacam que a utilização do espaço público diminui a violência à noite, além de lembrarem da convivência no local por parte de vizinhos da região. “Nós, que moramos nas proximidades do agora pântano, sempre usamos o espaço pra passear com os cães e disso saíram muitas amizades entre pais e mães cachorreiros. É mais um motivo que nos faz sentir tanta tristeza, além de toda a situação ambiental e cultural do problema”, afirmou Jô Merheb, uma das criadores do evento.

Foto: Guilherme Santos/Sul21
Em abril, quando já estava esvaziado há alguns meses para estudos, lodo predominava | Foto: Guilherme Santos/Sul21

A situação se deve especialmente às condições da ponte de pedra, considerada patrimônio histórico da cidade, que estava deteriorada. A água do laguinho estava em um nível em que atingia os pilares da construção, prejudicando sua estrutura, conforme explicou o Supervisor de Praças, Parques e Jardins da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Léo Antônio Bulling. “Nós iniciamos há alguns meses um movimento de limpeza, estava muito sujo. E nessa limpeza, esvaziamos o lago para que se fizesse uma avaliação da estrutura da ponte e o nível que o lago deveria ficar para não prejudicá-la”, relatou.

Após estar em posse do estudo em relação à ponte, a Smam deu início ao projeto em si, escavando nos pilares e realizando a sondagem do solo. “Elaboramos um projeto para fazer com que nível da água desça de forma que fique para fora a parte de tijolos da ponte, teria que descer em torno de 80 centímetros o nível do lago para não prejudicar a ponte histórica”, disse Bulling.

Agora, estão sendo realizados os projetos hidráulico e estrutural do novo lago que será construído para atender a necessidade de preservar o patrimônio histórico. Segundo o cronograma da Smam, esses projetos complementares ficarão prontos ainda durante o mês de outubro e, em novembro, começará a fase de elaborar o orçamento para a obra, cuja licitação será lançada em dezembro. A previsão é que os vencedores possam começar a obra em abril e concluir em outubro de 2016.

O objetivo da Smam é que haja dois lagos: um que será um espelho d’água, semelhante ao que existe na Redenção, com uma queda de cerca de 1,5 metro para o segundo lago, onde fica a ponte, que terá nível mais baixo. Para isso, será necessário instalar bombeamento de água na parte superior. Além disso, o entorno receberá passeios novos, com acessibilidade para cadeirantes.

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Largo era comumente utilizado como palco para encontros, festas e confraternizações antes das obras | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

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