Débora Fogliatto
Devido às obras de revitalização da Orla do Gasômetro, as 21 bancas de comércio que normalmente ficam próximas à Usina foram realocadas para o entorno do Anfiteatro Pôr-do-Sol. A previsão é que eles fiquem ali durante os 18 meses em que durar a reforma, prevista para iniciar nesta terça-feira (6). A expectativa dos vendedores é que, assim que a Prefeitura instale água e luz — o que estimam que deve ocorrer até quarta-feira (7) — as atividades já possam ser inciadas no novo local.
A transferência aconteceu sem maiores problemas nesta segunda-feira (5). Na metade da tarde, quase todas as bancas já estavam sendo organizadas por seus proprietários no local. A comerciante Luana de Lima Vieira, que trabalha com lanches em geral, aposta que o movimento irá continuar e espera que os frequentadores do Parque Marinha, mais próximo ao novo local, também consumam nas bancas. “O público daqui [do Gasômetro] vem de lá, vem pela Orla. Então como aqui vai estar fechado, vão ficar por lá mesmo”, reflete.
Os comerciantes entrevistados pelo Sul21 afirmaram já estar conversando com a Prefeitura sobre o assunto há cerca de dois anos e, portanto, não terem sido pegos de surpresa. No entanto, a definição do local demorou para acontecer. No mês passado, a transferência ainda não havia sido definida, e os comerciantes não sabiam se conseguiriam continuar trabalhando. Na semana passada, em reunião na Câmara de Vereadores, a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio garantiu que eles seriam transferidos para algum local próximo.
A maior parte da população que passava pelas barracas sendo desmontadas no Gasômetro, porém, perguntava o que estava acontecendo. “O problema foi esse, que ninguém sabia. A gente foi avisando nossos clientes mais frequentes, mas quem não costuma vir fica surpreso”, ponderou uma comerciante. Ela, que trabalha no local há 15 anos, disse que espera que haja melhorias nas barracas quando puderem retornar para o local. “Sonhamos em trabalhar em um lugar melhor, com a revitalização espero que isso aconteça”, afirmou.
A comerciante Sônia Welter de Ávila, que trabalha há cerca de 12 anos no Gasômetro, contou estar muito feliz com o novo lugar, devido ao espaço amplo e ao fato de haver bastante sombra. “Estou amando o novo lugar. Lá, era tudo apertado, não podia nem botar cadeira direito. Aqui vai ter bem mais espaço, além de já ter banheiros ecológicos”, aponta.
Após as obras, os comerciantes acreditam que irão voltar para o Gasômetro, mas esse destino ainda é incerto. Enquanto as reformas estiverem ocorrendo, a área de 1.320 metros ao lado da Usina até a Rótula das Cuias será fechada com tapumes. No projeto do arquiteto Jaime Lerner não aparecem as barraquinhas, mas sim um restaurante e seis bares. Ainda está prevista uma renovação do sistema de iluminação da área, novas quadras esportivas, restaurantes, quiosques, um bar “flutuante” sobre o Guaíba, ancoradouros para barcos, quatro deques e nova arborização.
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