Da Redação
Por 27 votos a favor e seis contrários, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou, no final da tarde desta segunda-feira (5), alteração no Plano Diretor, proposta pelo Executivo, para reverter parte da área rural da Fazenda Aras do Arado em urbana, com o fim de construir condomínios de luxo com mais de duas mil casas e um polo comercial. Com 426 hectares, a propriedade está localizada entre Belém Novo e Lami, no Extremo Sul.
Recentemente, um pedaço da fazenda, próximo à Estrada do Lami, foi incluído no projeto aprovado também pelo Legislativo, no dia 15 de setembro, do retorno da zona rural de Porto Alegre. A proposta ainda nem foi transformada em lei e a extensão delimitada como rural já terá de ser modificada depois da votação desta segunda-feira.
O projeto foi aprovado, apesar de protestos de ambientalistas que afirmam que as medidas compensatórias previstas não são suficientes para amenizar o impacto da construção de condomínios em uma área que deveria ser toda preservada. Vereadores da oposição, como do PSOL, PCdoB e PT, também protestaram contra a reversão da área e criticaram a “especulação imobiliária” que tem prevalecido nas zonas Sul e Extremo Sul em detrimento do cinturão verde, como é conhecida a região. Já os parlamentares da base aliada do governo, por sua vez, argumentaram que não é possível barrar o desenvolvimento da Capital e que há contrapartidas importantes, como uma Estação de Tratamento do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Demae) e uma Reserva de Patrimônio Particular Natural. As compensações é uma exigência legal para o empreendedor.
A oposição tentou emplacar algumas emendas, mas a maioria foi derrubada. Uma das poucas que foram aprovadas foi a de autoria do vereador engenheiro Carlos Comassetto (PT), que prevê como uma das contrapartidas do empreendimento a regularização dos loteamentos localizados nos arredores da Fazenda Aras do Arado. Também recebeu aval da Câmara a emenda que estabelece o estudo de viabilidade para construção de um centro de meio ambiente, apresentada pelos parlamentares Tiago Duarte (PDT) e Paulino Motorista (PSB).