Samir Oliveira
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4) irá julgar no dia 9 de junho dois processos referentes à greve dos rodoviários de Porto Alegre – ocorrida durante 15 dias, em janeiro deste ano. A Sessão de Dissídios avaliará as decisões da desembargadora Ana Luiza Kruse, que, à época, declarou a ilegalidade do movimento e autorizou que os patrões descontassem os dias parados no ponto dos trabalhadores.
A decisão do colegiado poderá alterar as liminares concedidas pela magistrada ou pode confirmar as sentenças anteriores.
Nesta segunda-feira (2), rodoviários e empresários reuniram-se com o presidente em exercício da Seção de Dissídios Coletivos do TRT, desembargador Juraci Galvão Júnior, para verificar a possibilidade de um acordo em torno dos dias descontados durante a greve. De acordo com o advogado da Comissão de Negociação dos rodoviários, Antônio Castro, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) acenou com a possibilidade de abrir mão de dois dias de descontos na folha e dos reflexos dos cortes nas férias dos funcionários.
Entretanto, a reunião não chegou a nenhum acordo e foi marcada uma nova rodada de negociações para esta quinta-feira (5), às 17h.
Para Alceu Weber, liderança da Comissão de Negociação, a reunião desta segunda-feira representou “um certo avanço”, em função da disposição dos patrões em desconsiderar o impacto dos dias cortados nas férias e no 13º salário. Entretanto, ele entende que é preciso haver mais conquistas. “Foi um pequeno avanço, porque temos 15 dias para tratar”, pondera.
Weber se mostra otimista com a intermediação do TRT no processo e avalia que os desembargadores estão percebendo que os trabalhadores estariam sendo punidos por terem feito greve. “Na hipótese de não ocorrer esse acordo entre patronal e trabalhador, já ficou dito que na segunda-feira (9) haverá sentença por parte do TRT. O TRT percebeu a picardia dos descontos, viu que estão usando isso como mecanismo de punição. Houve um conluio entre patronal e sindicato, junto com prefeito, para usar nosso movimento para gatilho tarifário”, comenta.