Cidades
|
5 de fevereiro de 2014
|
17:52

Em Porto Alegre, é encontrado material arqueológico inédito

Por
Sul 21
[email protected]
O material encontrado é de um grupo indígena anterior aos guaranis, que povoaram Porto Alegre | Foto: Ivo Gonçalves / Prefeitura  Municipal de Porto Alegre
O material encontrado é de um grupo indígena anterior aos guaranis, que povoaram Porto Alegre | Foto: Ivo Gonçalves / Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Da Redação

Num dos trechos da obra de duplicação da avenida Edvaldo Pereira Paiva, em Porto Alegre, foram encontrados uma ponta de flecha e pedaços de cerâmica utilizados por povos indígenas, de época anterior à colonização européia. A equipe de arqueologia que acompanha os engenheiros responsáveis pelas obras afirma que o material é de um grupo indígena anterior aos guaranis, que povoaram Porto Alegre. Segundo o arqueólogo Alberto Tavares trata-se, provavelmente, dos mesmos índios que viveram na região serrana do Rio Grande do Sul e deram origem ao que se denomina hoje povo kaingang.

O sítio arqueológico recém-descoberto foi preservado por casas construídas no século XIX. Primeiro, os responsáveis pela obra descobriram pedras e tijolos das casas, que ficavam localizadas na continuação da rua Vasco Alves, onde hoje se localiza a Praça Brigadeiro Sampaio, junto à avenida João Goulart. A Vasco Alves ia até o final da praça que antigamente era chamada de Harmonia, a primeira praça de Porto Alegre.

“Esperávamos encontrar os vestígios das casas aqui, talvez até algum material Guarani. Mas esta descoberta foi incrível, pois não se tinha conhecimento deste grupo indígena em Porto Alegre. Eles habitaram a região da Serra até a área onde hoje fica a cidade de Taquara. É improvável que eles tenham habitado Porto Alegre na mesma época que os Guaranis, um povo guerreiro e dominador”, explicou o arqueólogo Alberto Tavares. O pesquisador informa que o material será minunciosamente analisado por peritos para precisar datas e épocas de sua confecção.

O secretário municipal de Obras e Viação, Mauro Zacher, informa que, após as análises de laboratório, o material será entregue para o acervo do Museu Municipal Joaquim José Felizardo.

No trecho, já havia sido encontrado parte do muro da antiga cadeia da Capital, a Casa de Correção, localizada na Praça Júlio Mesquita, junto à rua General Salustiano entre a Duque de Caxias e a Riachuelo. O prédio, construído no século XIX, foi demolido no início da década de 1960.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora