Entre a velhice e a infância – a tarefa revolucionária do nosso tempo

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Entre a velhice e a infância – a tarefa revolucionária do nosso tempo
Entre a velhice e a infância – a tarefa revolucionária do nosso tempo
José Carlos Moreira: “Contrastando com a experiência do encontro entre a infância e a velhice, narrada ao início, a precarização da previdência traz como efeito o encurtamento tanto de uma como de outra”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

 José Carlos Moreira da Silva Filho (*)

Quando criança sempre me retive nas pessoas idosas. Em muitos momentos as encontrava tranquilas, envoltas em uma suave espera. Era como observar o relógio sair do centro e quebrar-se ao chão, inútil, desnecessário. Era praticamente visível a olho nu a aura de acolhimento, um verdadeiro atalho para a minha infância descobridora, caminho mágico que era impensável diante dos adultos, tão mergulhados em seus compassos, em suas certezas, em seus afazeres.

Hoje, como adulto, compreendo que os adultos são tragados pelo vórtice de um sistema de totalidade, refinado com os ingredientes da modernidade capitalista. Nesse universo os tempos, as ações e as vidas são sincopadas e compartimentalizadas em unidades idênticas, nas quais mais importam as suas dimensões padronizadas do que o que comportam. A totalidade não tem espaço para o que não se amolda aos seus modelos pré-fabricados, modelos cada vez mais instáveis e inseguros para o que neles se tenta desesperadamente inserir.

Talvez como nenhum outro homem, Walter Benjamin tenha analisado a co-existência entre esse adulto robótico, de um lado, e a criança e o idoso de outro. Benjamin afirmou que a experiência “sempre fora comunicada aos jovens. De forma concisa, com a autoridade da velhice, em provérbios; de forma prolixa, com a sua loquacidade, em histórias, muitas vezes como narrativas de países longínquos, diante da lareira, contadas a pais e netos” (1).

Essa experiência da qual nos fala Benjamin é a seiva da vida cotidiana, é a ligação umbilical de cada pessoa à história e à sociedade na qual existe ou existiu. É a capacidade de narrar, de se auto-implicar, de envolver o ouvinte em sua rede, de conviver, de desmerecer os esforços solipsistas de fechar e dominar o seu tempo e a sua história. Trata-se na verdade, de uma história sem fim, sem versão única, assim como o é a própria vida do pai ou do avô, da mãe ou da avó, que continua pulsando nas netas e netos, nos filhos e filhas.

Contudo, é justamente essa capacidade de transmitir a experiência, emblemática na forma narrativa, que está em vias de desaparecer neste mundo. Pergunta-se Benjamin

Que foi feito de tudo isso? Quem encontra ainda pessoas que saibam contar histórias com elas devem ser contadas? Que moribundos dizem hoje palavras tão duráveis que possam ser transmitidas como um anel, de geração em geração? Quem é ajudado, hoje, por um provérbio oportuno? Quem tentará, sequer, lidar com a juventude invocando sua experiência? (2)

Um processo correlato à pobreza de experiência e ao declínio da narrativa é a transformação sofrida pelo rosto da morte. Benjamin lembra que “a ideia de eternidade sempre teve na morte sua fonte mais rica”, mas que tal sentido veio se perdendo nos últimos séculos com a emergência da sociedade burguesa, já que esta, mesmo que inconscientemente, passou a evitar o espetáculo da morte. Antes a morte era pública, as pessoas morriam nas casas, em todas as casas havia histórias de moribundos que ali se foram. No entanto, escreve Benjamin

Hoje, os burgueses vivem em espaços depurados de qualquer morte e, quando chegar sua hora, serão depositados por seus herdeiros em sanatórios e hospitais. Ora, é no momento da morte que o saber e a sabedoria do homem e sobretudo sua existência vivida – e é dessa substância que são feitas as histórias – assumem pela primeira vez uma forma transmissível. Assim como no interior do agonizante desfilam inúmeras imagens – visões de si mesmo, nas quais ele se havia encontrado sem se dar conta disso -, assim o inesquecível aflora de repente em seus gestos e olhares, conferindo a tudo o que lhe diz respeito aquela autoridade que mesmo um pobre-diabo possui ao morrer, para os vivos em seu redor. Na origem da narrativa está essa autoridade. (3)

A sociedade moderna se torna mais e mais uma incansável devoradora de vidas. Para movimentar a máquina que funciona voltada para a sua própria e ilimitada ampliação, as particularidades das narrativas, as singularidades das vidas e dos corpos, se transformam em lenha, em combustível, cada vez menos duráveis em sua macabra combustão. É por isto que a forma de comunicação própria à sociedade burguesa se tornou a imprensa, e dentro dela a informação. Ao contrário do saber que vinha de longe, forjado no ritmo dos séculos, da história, da tradição, a informação se basta em si mesma, ela puxa da sua própria cartola atomista as explicações necessárias, que a cada vez se tornam mais superficiais e rarefeitas, pasteurizadas, parecendo-se com as suas similares ao redor do mundo, instantâneas, tão absolutas em um dia e tão obsoletas no dia seguinte, desbancadas pela informação mais recente.

Cada manhã recebemos notícias de todo o mundo. E, no entanto, somos pobres em histórias surpreendentes.

(…)

A informação só tem valor no momento em que é nova. Ela só vive nesse momento, precisa entregar-se inteiramente a ele e sem perda de tempo tem que se explicar nele. Muito diferente é a narrativa. Ela não se entrega. Ela conserva suas forças e depois de muito tempo ainda é capaz de se desenvolver. (4)

O tempo da informação é cada vez mais acelerado e sufocante. As tecnologias da informação se encarregaram de aprimorar esse efeito. Décadas após os belos escritos de Benjamin, as pessoas mergulham em seus celulares polivalentes, e se tornam hostis aos grandes textos, à paciência da escuta, às sutilezas dos olhares e ruídos, às interações carnais dos que pisam o mesmo chão e olham para o mesmo céu. Os caminhos em volta se apagam, extravia-se a bússola capaz de guiar o viajante pelas narrativas que atravessam os séculos. A luz inebriante das telas e da exposição constante, o brilho excessivo das informações repetidas que “viralizam” ofuscam a capacidade artesanal de se filiar às narrativas, pois ouvi-las, tornando-se mais um elo nessa cadeia rica e plural, é já em si uma experiência, incompreensível ao mundo da informação, quando mais em uma época em que sua abundância entope todos os orifícios, daí ser ela uma diversidade enganosa.

O declínio da narrativa e da experiência, conjugado com a ascensão da informação, fenômeno tão próprio da aceleração capitalista, nos ajuda a entender uma sociedade moldada no egoísmo individualista, que assume hoje, em tempos neoliberais, sua face indisfarçada de cinismo (daí estar em voga a valorização da honestidade dos fascistas, os discursos de ódio). Esse processo leva irremediavelmente à brutalização das relações sociais e ao descarte das experiências que transmitem humanidade, pois essas são perigosas, têm o poder de interromper o hipnotismo informativo, de nos fazer esquecer um pouco dos smartphones, de sairmos da lógica indiferenciada da grande máquina.

Em uma cena do filme Eu, Daniel Blake, do cineasta britânico Ken Loach, vencedor da Palma de Ouro em 2016, lá está Daniel Blake, um homem viúvo de 60 anos, carpinteiro, trabalhador, simples, sem grandes posses, diagnosticado com uma cardiopatia que o inabilita ao trabalho. Ele está sentado em uma das repartições terceirizadas à iniciativa privada pela Inglaterra do nosso tempo para o atendimento aos usuários da previdência social. Após décadas de trabalho duro, a morte da sua companheira e um ataque cardíaco que quase lhe derrubou de um andaime, Daniel Blake necessita de um auxílio doença, que lhe é negado em meio a uma absurda burocracia. Para continuar sobrevivendo, ele precisa do seguro desemprego, mas para obtê-lo ele tem que demonstrar aos funcionários que está se esforçando para conseguir um emprego, que além de escasso ele não poderá assumir mesmo se conseguir.

Enquanto aguarda ser atendido Daniel Blake presencia uma jovem mulher com seus dois filhos ser enxotada porque insistia em ser atendida após ter perdido a sua vez. A mulher explica que morava em Londres e que teve de se deslocar para New Castle porque foi a única cidade em que o Estado lhe acenou com a possibilidade do aluguel social, e como não conhecia a cidade bem, acabou se perdendo. Inconformado, Daniel Blake começa a conversar com os demais que aguardavam atendimento ajudando a explicar a situação da moça e pede a eles que a deixem passar na frente de todos, no que obteve anuência sem maiores problemas. Os funcionários, no entanto, além de não aceitarem a solução, além de não se interessarem em ouvir as explicações, expulsaram a moça e Daniel Blake.

Depois de ser ignorado, humilhado e espezinhado em incontáveis vezes, Daniel Blake dá-se conta de que o sistema de previdência era montado justamente para não cumprir a sua função declarada, que é mais uma engrenagem existente para convencer as pessoas, especialmente sua potencial clientela, de que são as únicas responsáveis pela sua desventura, de que existir um sistema social construído para socorrer os desempregados, os órfãos, os sem-teto, os incapacitados, os acidentados, os doentes, os idosos, que trabalharam a vida inteira, ou que consumiram suas forças e a sua saúde, é um luxo insustentável diante daqueles (sempre poucos) que conseguiram amealhar posses suficientes para lhes garantirem uma situação tranquila no futuro incerto.

Na Europa do pós-segunda guerra, que havia sobrevivido à dura experiência do fascismo e do totalitarismo, que havia experimentado a meia-noite na história (5), viveu-se um período de bem-estar social no qual, por mais que representasse um acordo temporário e hipócrita com a grande máquina do capital, também representava a valorização de uma luta pública e coletiva contra a desigualdade, por direitos, por melhores condições de vida aos grupos mais vulneráveis da cadeia produtiva e da vida em sociedade, bafejos dos projetos socialistas não plenamente realizados. Na Europa de Daniel Blake, nos Estados Unidos de Obama e de Trump, na América Latina dos golpes brancos, essa valorização está em declínio. As modestas conquistas geradas após tanto morticínio, ódio e violência, estão sendo dissipadas pela face renovada e mais cínica do capitalismo mundial, mecanizada e financeira, conduzida por grandes corporações, onipresentes. O indivíduo burguês refina-se em um protótipo “neuroliberal” (6).

A imprensa faz o seu serviço informativo (no sentido benjaminiano) para convencer as pessoas da sua própria miséria, de que é demais aspirarem a uma previdência pública. No Brasil, logo após o ilegítimo governo Temer divulgar sua proposta de definhamento do sistema de previdência social, a Rede Globo e as outras empresas da grande mídia no país, logo se apressaram em justificar a imperiosidade na aprovação da medida pelo Congresso Nacional, que isto era necessário para sanar anos de sangria das finanças públicas, outrora perdulárias e pródigas sob a batuta dos governos populares, segundo mentirosamente afirmaram. Que a previdência chafurdava em uma crise insolúvel, quando na verdade apenas não se encaixa nos seus interesses rentistas e saqueadores. Que somente teríamos duas soluções à vista: trabalhar a vida inteira sem se aposentar (é o que significa para a grande maioria dos trabalhadores brasileiros ter de se aposentar aos 65 anos ou após 49 anos de trabalho) ou fazer uma previdência privada (para alegria dos bancos). Foi possível também ver um “especialista” entrevistado pela Rede Globo dizer que era tudo muito simples, bastava acumular o equivalente a R$ 1 milhão de reais ao longo da vida… Contrastando com a experiência do encontro entre a infância e a velhice, narrada ao início, a precarização da previdência traz como efeito o encurtamento tanto de uma como de outra.

A pergunta que se impõem e à qual busquei responder com este texto é: por que decretar o estrangulamento da previdência pública, do sistema de saúde pública, da universidade pública, dos direitos trabalhistas, é algo que hoje apresenta ares de aceitabilidade racional ? Por que tantas pessoas, e em especial, aquelas que são vítimas diretas desse processo, acenam bovinamente para as informações que justificam tais medidas ?

Entre tantas explicações possíveis, me atraiu destacar o olhar melancólico do autor das célebres Teses sobre a História. Ele consegue dissecar o espírito pobre do nosso tempo, ainda que estivesse mergulhado em outro tempo, tempo que nunca se foi na verdade, que hoje retorna em novas vestes. Prenunciava o fascismo generalizado, o genocídio, o nazismo, e deles acabou sendo mais uma vítima, suicidando-se quando se encontrava em fuga tentando cruzar a fronteira entre a França e a Espanha, cercado pela polícia nazista.

No entanto, contrapondo-se à luz ofuscante da guerra, da grande máquina capitalista, da informação, Benjamin se deteve nas ruínas, nos ecos da vozes que emudeceram, no brilho intermitente e fugidio dos vaga-lumes, nos cacos, nas imagens do instante, nas narrativas esquecidas, nos sonhos adormecidos, nos brinquedos quebrados, nas memórias sobreviventes dos que tombaram pela história. A mensagem de Benjamin não é a do desespero, mesmo no vórtice do fascismo ele buscava resistir, refugiava-se na delicadeza, organizava o pessimismo, povoava seus escritos e pensamentos de poesia, de arte, de imagens, de afetos. Ele não confundia o declínio da narrativa e da experiência com a sua extinção, pois mesmo em um mundo que velozmente se torna mais e mais hostil às suas  presenças elas sobrevivem, teimosas, insinuantes. Mesmo em sua fraqueza, invisibilidade e silêncio elas resistem, assim como os sonhos, a esperança e os desejos, nos convidam à insurgência, nos posicionam no autêntico espírito revolucionário. Georges Didi-Huberman, citando frases de Benjamin, assim traduz essa leitura:

O valor da experiência caiu de cotação, é verdade. Mas cabe somente a nós não apostarmos nesse mercado. Cabe somente a nós compreendermos onde e como “esse movimento (…) ao mesmo tempo, tornou sensível uma nova beleza naquilo que desaparecia (…).” A “imagem dialética” à qual nos convida Benjamin consiste, antes, em fazer surgirem momentos inestimáveis que sobrevivem, que resistem a tal organização de valores, fazendo-a explodir em momentos de surpresa. Busquemos, então, as experiências que se transmitem ainda para além de todos os “espetáculos” comprados e vendidos a nossa volta (…). Somos “pobres em experiência”? Façamos dessa mesma pobreza – dessa semiescuridão – uma experiência.

(…)

O valor da experiência caiu de cotação, mas cabe somente a nós, em cada situação particular, erguer essa queda à dignidade, à “nova beleza” de uma coreografia, de uma invenção de formas. Não assume a imagem, em sua própria fragilidade, em sua intermitência de vaga-lume, a mesma potência, cada vez que ela nos mostra sua capacidade de reaparecer, de sobreviver?

(…)

E é nesse sentido que é preciso compreender a sobrevivência das imagens, sua imanência fundamental: nem seu nada, nem sua plenitude, nem sua origem antes de toda memória, nem seu horizonte após toda catástrofe. Mas sua própria ressurgência, seu recurso de desejo e de experiência no próprio vazio de nossas decisões mais imediatas, de nossa vida mais cotidiana. (7)

O próprio Benjamin demonstrou paradoxalmente tal  sobrevivência em sua morte. Negou-se a se deixar aprisionar pela morte dos campos de concentração. Fez da sua morte um último e silente gesto de rebeldia, de não cooperação com a grande máquina, uma “resistência muda à sua própria apropriação pelas forças (fascistas) de distorção histórica” (8).

Importante registrar que a sobrevivência das experiências humanas e dos seus sonhos de comunhão e paz não estariam a exigir um retorno às formas técnicas primitivas, ou um abandono das sociedades industriais e seus desenvolvimentos tecnológicos, como os smartphones por exemplo. A técnica industrial surge com sonhos de um mundo melhor. Inicia em um mimetismo da natureza e dos mecanismos artesanais, reverenciando as suas existências e prometendo ter com ambos uma relação de enriquecimento mútuo. Os primeiros centros de compra se pareciam com bazares orientais, os primeiros trens imitavam as formas das diligências. Tal foi a tônica dos seus registros no seu grande Livro das Passagens, mas

aquelas passagens parisienses, nas quais se havia concentrado a revelação da técnica se converteram em ruínas, escombros, ou, no melhor dos casos, em grandes centros de compras. A técnica, longe de libertar o homem, converteu-o em uma engrenagem. É como se o desenvolvimento da técnica tivesse seguido uma lógica própria, à margem dos sonhos dos homens, que consistiu pura e simplesmente no domínio da natureza. (9)

E este domínio converteu-se facilmente em domínio do próprio homem. Mas latejam em repouso as imagens esquecidas de uma outra técnica, mergulhadas no próprio fracasso dos desejos que a forjaram. Trata-se de uma imagem dialética pois ela não exige um retomar pura e simples dos sonhos do passado. O ponto de partida é a experiência da sua derrota, é a memória das suas potências,  dos fatos não verificados, mas nem por isso inexistentes (10). De uma sedutora e intensa força que pode se precipitar no seu tempo, libertando a natureza e o homem da técnica que os escravizou e dando lugar a uma outra que os emancipe.

Assim, embora hoje, na idade do capitalismo financeiro monopolista, se possa entender o porquê da crescente depreciação do valor da morte respeitada, da atenção aos mais velhos, dos cuidados aos doentes, acidentados, pobres ou mais vulneráveis, do não espaço às narrativas e às experiências, da raridade do artesão e da escuta atenciosa, da onipresença da informação e da distopia “neuroliberal”, nem por isso os vaga-lumes desapareceram, sendo nas trevas que mais visíveis se tornam, nem por isso os sonhos, os projetos, as memórias, as narrativas de pertencimento, e as possibilidades de humanidade comunitária, solidária e coletiva se tornaram inexistentes e inalcançáveis.

Nesse tempo cabe a nós mais uma vez a tarefa de organizar o pessimismo. Cabe a nós, em cada instante, adentrar novamente naquela aura de acolhimento, candura, vagareza e cuidado, que se torna possível no espaço onde estão  as mulheres e homens mais velhos, que, ao sopro da proximidade das suas mortes, não abandonam a autoridade das suas narrativas, no espaço em que também se encontram as crianças que ainda não se desligaram desse pertencimento intuitivo à memória da qual procedem, curiosas e entregues a uma sensação plena de uma grandeza compartilhada. Somos então esses adultos que precisam recuperar o seu presente, hoje hipotecado à caldeira insaciável que devora nossas vidas e sufoca nossos sonhos. Esse é o meio e o fundamento da luta revolucionária do nosso tempo, a partida da memória do fracasso, que encerra em si a sua força de transformação, e que importa em todos as imagens e instantes, por mais diminutos e intermitentes que sejam.

(*) Professor da Escola de Direito da PUCRS (Graduação / Mestrado e Doutorado em Ciências Criminais); Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq; Ex-Vice-Presidente da Comissão de Anistia. Este artigo integra o quarto volume da série “A Resistência ao Golpe de 2016”, organizado por Wilson Ramos Filho e intitulado “O Golpe de 2016 e a Reforma da Previdência”, a ser publicado em breve”.

(1) BENJAMIN, Walter. Experiência e Pobreza. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política – ensaios sobre literatura e história da cultura – Obras escolhidas I. 7.ed. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet . São Paulo: Brasiliense, 1994. [Obras Escolhidas; v.1]. p.114.

(2) Idem Ibidem.

(3) BENJAMIN, Walter. O narrador – considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política – ensaios sobre literatura e história da cultura – Obras escolhidas I. 7.ed. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet . São Paulo: Brasiliense, 1994. [Obras Escolhidas; v.1]. p. 207-208.

(4) Ibidem, p.203-204.

(5) MATE, Reyes. Meia-Noite na História – comentários às teses de Walter Benjamin sobre o conceito de história. Tradução de Nélio Schneider. São Leopoldo: Unisinos, 2011.

(6) BIAGINI, Hugo E.; PEYCHAUX, Diego Fernández. O neuroliberalismo e a ética do mais forte. Tradução de Antonio Sidekum. Nova Petrópolis: Nova Harmonia, 2016.

(7) DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Tradução de Vera Casa Nova e Márcia Arbex. Belo Horizonte: UFMG, 2014.p.126-128. (grifos do autor).

(8) FELMAN, Shoshana. O inconsciente jurídico – julgamentos e traumas no século XX. Tradução de Ariani Bueno Sudatti. São Paulo: EDIPRO, 2014. p.50.

(9) MATE, op.cit., p.46.

(10) Como lembra Mate (op.cit.), para ilustrar essa ideia podemos pensar, por exemplo, que mesmo interrompidos, estrangulados ou maculados o projeto socialista de Allende no Chile, a República espanhola ou as Reformas de Base do Jango talvez sejam mais presentes e reais, ainda que como possibilidades não realizadas, do que a ditadura de Pinochet, o fascismo de Franco ou a ditadura civil-militar brasileira.


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