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9 de janeiro de 2017
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21:51

Carta Aberta pede que Sartori suspenda extinções de fundações e se abra ao diálogo

Por
Sul 21
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Espaço do Chalé da Praça XV não foi suficiente para acolher público que participou de ato | Foto: Fernanda Canofre/Sul21

Fernanda Canofre

O espaço do Chalé da Praça XV, um dos pontos mais tradicionais do Centro de Porto Alegre, não foi suficiente para o público mobilizado para o ato de divulgação da Carta Aberta ao Governo do Rio Grande do Sul, assinada por intelectuais, artistas e cientistas gaúchos, no fim da tarde desta segunda-feira (9). O documento foi encaminhado à Casa Civil do governo do Estado horas antes do ato.

Na Carta, o grupo questiona especialmente o argumento de “economia” usado pelo governo desde que propôs as extinções de nove fundações estaduais e duas empresas. O documento diz: “Os motivos orçamentários apresentados são frágeis para justificar uma ação tão radical. Com essas demissões e extinções, economizam-se cerca de R$ 189,2 milhões, segundo dados divulgados pela imprensa, o que representa apenas 0,69% do orçamento do Poder Executivo realizado em 2016, de acordo com dados oficiais do Portal da Transparência RS”.

Segundo Luís Augusto Fischer, escritor e professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Carta encaminhada ao Piratini conseguiu reunir 66 assinaturas através de telefonemas e mensagens. Entre os nomes estão Luis Fernando Verissimo, Jorge Furtado, Alfredo Jerusalinsky, Vitor Ramil, Maria Amélia Bulhões, Maria Beatriz Luce e Kátia Suman. O ato desta segunda serviu para expandir o apoio. Listas para outras pessoas que quisessem se juntar ao manifesto circularam durante o evento.

A Carta foi lida pela radialista Kátia Suman | Foto: Fernanda Canofre/Sul21

O grupo organizador da Carta também pede a José Ivo Sartori (PMDB) que abra uma janela de diálogo com a sociedade gaúcha. “O que a gente está pedindo é que o governo, tendo obtido autorização da Assembleia para extinguir as fundações, que ele reveja essa posição, suspenda a extinção e aceite conversar conosco. Somos professores, pesquisadores, gente da área da cultura e da ciência, que quer ter o direito de dizer coisas sobre a extinção de órgãos tão importantes”, explica Fischer.

Fischer diz ainda que a ideia do grupo é que esta seja mais uma frente política a questionar medidas do governo do Estado, ao lado de outros movimentos já existentes. “Nós queremos mostrar ao governo que há um ganho que não se mede só em uma contabilidade. A gente está tentando mostrar como essa outra economia tem importância e precisa ser levada em conta”, declarou.

Durante a fala de abertura do ato, o cientista político Benedito Tadeu César lembrou ainda que a Carta vai além da questão de partidos. “Acima de qualquer posição partidária e ideológica, entendemos que um governo deve dialogar com a população”, afirmou.

 


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