Breaking News|Últimas Notícias>Política
|
29 de novembro de 2016
|
21:37

PM reprime manifestação contra PEC 55 e reforma do ensino médio

Por
Sul 21
[email protected]
PM reprime manifestação contra PEC 55 e reforma do ensino médio
PM reprime manifestação contra PEC 55 e reforma do ensino médio
PM reprime manifestação com bombas de gás lacrimogêneo. Foto: Rreprodução/ninja
PM reprime manifestação com bombas de gás lacrimogêneo. Foto: Rreprodução/ninja

Da RBA

Estudantes, trabalhadores e representantes de movimentos sociais foram reprimidos nesta terça-feira (29), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Eles estavam mobilizados contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55. A proposta do governo Michel Temer já foi aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado Federal, com votação prevista para esta terça em primeiro turno, e segunda, no próximo dia 11. A PEC visa a um ajuste fiscal congelando os investimentos da União por 20 anos.

A tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal desmobilizou a manifestação, que seguia pacífica, com o uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. “Não dá nem pra respirar neste lugar. Estamos aqui manifestando nosso apoio aos estudantes. Consideramos inaceitável esse grau de repressão. Temos adolescentes, isso é uma grande irresponsabilidade”, afirmou a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que foi até o local, acompanhada do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), para prestar solidariedade aos manifestantes.

“Faremos um documento estruturado pelos parlamentares e pela sociedade brasileira para denunciar internacionalmente esta violência”, completou Maria do Rosário. “Não havia um comando dessa ação, e sim uma tropa fortemente armada e fanatizada. Falamos com tenentes, coronéis e não houve disposição para diálogo. Cada grupo teve uma decisão própria”, completou Pimenta.

Os jovens organizaram o ato de hoje “para derrubar a PEC, que é uma injustiça contra os estudantes, contra os trabalhadores, que vai barrar investimentos em áreas essenciais. Isso é um sofrimento para nós. Já temos a vida sofrida e isso não está certo. Temos que barrar isso e o Temer”, disse a estudante Natália, para os Jornalistas Livres.

“É lamentável que esse Congresso, mais venal da história do país, esteja a legislar contra a democracia, contra o Estado democrático de direito, e queira por fim a direitos sagrados da nossa tão sofrida classe trabalhadora. Eles pretendem congelar investimentos, querem promover um profundo retrocesso e assim desconstruir a nação”, disse o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, destacando a importância da resistência contra o projeto.

A aprovação da PEC precisa de maioria composta dos votos, ou seja, três quintos (49) de um total de 81 senadores. No início da tarde, indígenas da etnia manduruku, da região do rio Tapajós, no sul do Pará, também protestaram contra a proposta, além de exigirem a ampliação na política de demarcação de terras.

Guilherme Irish, morto pelo pai por participar do movimento estudantil, foi lembrado durante o ato. Foto: Isis Medeiros/Jornalistas Livres
Guilherme Irish, morto pelo pai por participar do movimento estudantil, foi lembrado durante o ato. Foto: Isis Medeiros/Jornalistas Livres

O ato intitulado “Ocupa Brasília” também lembrou o estudante Guilherme Irish, militante do movimento estudantil contra a aprovação da PEC, morto no último dia 15 pelo pai por discordâncias políticas e ideológicas. O ato contra a proposta começou com uma concentração em frente ao Ministério da Educação, onde estudantes protestaram contra a reforma do ensino médio,prevista pela Medida Provisória (MP) 746, e parte agora em passeata até a frente do Congresso Nacional.

Os manifestantes criticam a maneira como a proposta foi apresentada pelo governo Temer, sem diálogo com a sociedade, além de que, o projeto pode tirar da grade curricular disciplinas Artes, Filosofia, Sociologia e Educação Física.

A MP tramita no Congresso em regime de urgência e passou hoje por apreciação em comissão mista especial. O senador Pedro Chaves (PSC-MS), relator da matéria, concedeu pedido de vista coletiva aos membros do colegiado, que devem votar amanhã a proposta. Em uma consulta pública, realizada pela ferramenta e-Cidadania, do Senado, os internautas podem opinar sobre o projeto – e o rejeitam amplamente, até o fechamento desta reportagem, com 72.079 votos contrários e 4.254 favoráveis.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora