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30 de novembro de 2016
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21:10

Militante do MST preso durante manifestação em Brasília denuncia agressão

Por
Sul 21
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Militante do MST preso durante manifestação em Brasília denuncia agressão
Militante do MST preso durante manifestação em Brasília denuncia agressão

Da Redação

A repressão policial à manifestação realizada na terça-feira (29) em Brasília, enquanto era votada no Senado a PEC 55, que congela por 20 anos os orçamentos de saúde, educação e outras áreas essenciais, culminou com a detenção de 21 pessoas, segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE). Um militante, contudo, continua preso. É o estudante de Gestão Ambiental Bruno Leandro de Oliveira Maciel, da Universidade de Brasília (UnB). Ele tem 36 anos e é coordenador regional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, acampado da Reforma Agrária no Acampamento Roseli Nunes.

Segundo nota emitida nesta quarta (30) pelo MST, Bruno teve negados direitos básicos, como acesso a advogado e possibilidade de ligação após ser detido. Somente no final da manhã de hoje, o Setor de Direitos Humanos do MST no Distrito Federal e Entorno teve acesso ao militante, que denuncia ter sido encapuzado e agredido.

Confira a nota na íntegra:

NOTA DO MST-DFE SOBRE PRISÃO DO COMPANHEIRO BRUNO MACIEL

O único manifestante que participou do protesto contra a PEC 55, realizado na tarde de terça-feira (29/11), que continua preso é Bruno Leandro de Oliveira Maciel, coordenador regional do MST-DFE.

Bruno sofre a acusação de “incitação à violência” e de ter se recusado a assinar o TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência).

O setor de Direitos Humanos do MST teve acesso a Bruno na sede do DPE (Departamento de Polícia Especializada) apenas no final da manhã desta quarta-feira.

Ele disse que foi detido quando retirava algumas pessoas machucadas do meio da confusão, que começou com o aparato repressivo passou a jogar bombas contra os manifestantes.

Capturado pela Polícia Legislativa do Senado, ele relatou que foi encapuzado, levado para algum lugar que não sabe onde, agredido fisicamente e psicologicamente. Afirmou também que não se recusou a assinar o TCO, até mesmo, porque a polícia não pediu para que assinasse.

O militante Bruno declarou que o capuz só foi retirado quando chegou à sala da Polícia Legislativa do Senado. Ele não  teve o direito de fazer uma ligação e chamar um advogado, logo depois foi transferido para o DPE, do governo distrital.

Diante desse quadro de arbitrariedade, uma comissão formada pelo bispo da CNBB Dom Leonardo, representantes de movimentos populares, entidades de direitos humanos, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz e parlamentares federais e distritais vai ao DPE visitar o Bruno às 16h. Já a audiência de custódia, que definirá se o militante ficará solto ou preso, está marcada para as 19h30.

Repudiamos a prisão do militante da Reforma Agrária Bruno, a violência do aparato policial contra a manifestação contra a PEC 55, a operação de guerra montada pela parceria PMDF/Polícia Legislativa/Ministério da Justiça e a escalada repressiva que avança no nosso país contra a luta popular.

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO MST-DFE


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