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25 de julho de 2016
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21:15

Suplicy diz que se deitou no chão para evitar violência contra famílias despejadas

Por
Sul 21
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Suplicy diz que se deitou no chão para evitar violência contra famílias despejadas
Suplicy diz que se deitou no chão para evitar violência contra famílias despejadas
Suplicy disse considerar inaceitável a violência da PM em ações de reintegração de posse | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Suplicy disse considerar inaceitável a violência da PM em ações de reintegração de posse | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Da RBA

O ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi liberado no início da tarde desta segunda-feira (25) do 75º Distrito Policial, no Jardim Arpoador, na zona oeste da capital paulista, para onde foi levado pela Polícia Militar. Suplicy foi acusado de obstrução da Justiça e desobediência, por deitar-se no chão para impedir o avanço da Tropa de Choque contra famílias que estavam sendo despejadas. “A hora que vi um grupo de PM avançando com escudos, e atrás vinha uma retroescavadeira, e do outro lado os moradores, temi que pudesse acontecer uma cena de violência quase incontrolável e pensei ‘vou me sentar aqui para evitar qualquer violência’”, afirmou.

Após deitar-se no chão junto com moradores da ocupação Terra Pelada, no Jardim Raposo Tavares, Suplicy foi carregado por quatro policiais que o colocaram em uma viatura e o levaram.

Cerca de 450 famílias vivem no local há três anos e dizem não ter para onde ir. O ex-senador destacou ser “contra a truculência inaceitável da PM, especialmente da Tropa de Choque, na desocupação de área ocupadas” e foi ao local para tentar negociar em prol das famílias.

Antes, a Tropa de Choque já havia usado bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os moradores da comunidade, que protestaram durante toda a manhã contra o despejo, lançando pedras contra os policiais e queimando madeira e pneus. Outras duas pessoas também foram detidas. O processo de reintegração já foi encerrado, e todos os barracos foram derrubados.

A área é de propriedade da prefeitura de São Paulo, que alega ter solicitado a reintegração de posse porque o local oferece risco aos moradores, por ser um barranco. A administração municipal informou que os moradores foram cadastrados em programas habitacionais e vão receber auxílio-aluguel.

A autorização para o despejo foi concedida pela 9ª Câmara de Direito Público do tribunal de Justiça de São Paulo. Segundo a decisão, que determinou a reintegração de posse, o local apresenta alto risco de deslizamento, por ser região de encostas.

“A Defesa Civil do município estudou a possibilidade de retirar apenas parte dos barracos, mas concluiu que isso colocaria os demais barracos em risco, por causa da fragilidade estrutural do conjunto. A reintegração de posse é uma determinação judicial e os moradores foram avisados previamente sobre a desocupação”, informou a prefeitura, em nota.

A executiva paulista do PT repudiou a ação da PM e destacou que Suplicy fez o que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) deveria fazer. “Lutar para que a população tenha moradia digna”, afirma, em nota. “Suplicy fez o que o Governo do Estado deveria fazer: lutar para que a população tenha moradia digna. Não é a primeira vez e, se depender de Alckmin, pelo jeito não será a última que a PM não mede as consequências e age com truculência diante de lutas sociais”, diz documento da direção partidária.


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