Jaqueline Silveira*
Uma aventura e tanto. Esse é o propósito da viagem a 100 países que o casal de empresários Luis Gustavo de Oliveira, 36 anos, e Jane Martins, 38, de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana, está organizando. Com os dois filhos, Sophia, 5 anos, e Caio, 8, o casal pretende partir para a aventura de 1.825 dias neste mês, provavelmente em 20 de setembro. “Para mim, é um sonho que tinha desde a adolescência, quando viajava de mochila e de caminhão pelo Brasil”, afirmou o empresário, conhecido por Guto, sobre a viagem. Ele e a esposa moraram fora do país e, inclusive, casaram-se no exterior, nos Estados Unidos. O casal voltou ao Brasil há 12 anos, período em que teve os filhos e se estruturou profissionalmente, adiando o projeto de vida. “Agora, as crianças estão numa idade boa e também estamos estruturados”, explicou sobre o momento de retomar o projeto batizado de “Novos olhos”.
Um Toyota Bandeirantes 1993 está passando por ajustes para carregar a família e percorrer mais de 180 mil quilômetros. Apelidado de “urso”, o veículo funcionará como uma espécie de casa ambulante com barraca, toldo, iluminação, geladeira e fogão, além de tanque de combustível para 140 litros, tanque de água potável para chuveiro, guincho, entre outras necessidades e itens de segurança. A viagem começa pela América do Sul seguindo pela Central e do Norte antes de cruzar o Oceano Atlântico. Em alguns desses lugares, a família pretende ficar de dois a três meses, como na Patagônia, Peru e Colômbia. O roteiro seguirá por toda a Europa, África e Oriente Médio – em países onde não há conflitos capazes de oferecer, explicam.
Sobre os custos da viagem, Guto afirmou que ideia é tornar o projeto economicamente sustentável. Para isso, eles estão buscando patrocínios e apoios e, como contrapartida, farão divulgação na página criada na internet para a viagem e nas suas redes socais. Algumas empresas contribuirão com dinheiro e com serviços e produtos, outras fornecerão só itens. Uma empresa de calçados infantis, por exemplo, enviará as novas coleções às crianças que, por sua vez, irão divulgá-las, por meio de vídeos. “Cada um tem uma necessidade”, enfatizou Guto, sobre a divulgação de produtos e serviços dos patrocinadores.
O custo total diário da viagem deve ser de US$ 120. No valor, estão incluídas até mesmo as taxas de seguro e de despacho do carro em navios, já que a família fará de quatro a cinco travessias de avião devido à inviabilidade terrestre. “A ideia é fazer o projeto se sustentar”, ressaltou o empresário, projetando que no primeiro ano possivelmente tenham de desembolsar recursos para sustentar o projeto. Durante a viagem, a família se hospedará em albergues e na casa de conhecidos. Em alguns países em que permanecerem por mais tempo, contou Guto, a família deverá alugar uma casa.
No período em que estiver percorrendo o mundo, o casal aproveitará também para trabalhar, já que possuem uma empresa de Comércio Exterior e, alguns dos países visitados, são propícios para os negócios.
Educação dos filhos
Nos cinco anos em que estarão viajando, os filhos terão aulas em casa. “A gente está levando os filhos pequenos porque a ideia é fazer do mundo a escola deles. Vamos preparar eles para a vida. O nosso foco é a educação deles”, afirmou Guto. Atualmente, Caio está no segundo ano do Ensino Fundamental na Escola Adventista de Novo Hamburgo, e Sophia, ainda, não está matriculada. O garoto, conforme o pai, quando viajar já estará matriculado em uma escola espanhola – a Clonlara – com ensino à distância e que dá suporte, por meio dos projetos e materiais, para educação em casa.
A Clonlara, frisou o empresário, é reconhecida mundialmente pela qualidade do seu ensino. Durante a permanência no Exterior, Sophia também será matriculada na mesma escola do irmão. Conforme o pai, as crianças não terão prejuízos na educação, enquanto estiverem viajando, porque terão avaliações, e inclusive, as provas que são realizadas pelo filho estão publicadas no Ministério da Educação. “Com certeza, elas vão voltar com uma cabeça diferente”, defende Guto.
“Acredito que quando se faz coisas diferentes todos os dias, aprende-se mais, e eles farão essas coisas de forma divertida, sem correria. Eles aprenderão na prática muitas coisas que se estivessem na escola aprenderiam somente decorando livros. Também acredito que o contato com pessoas e o desapego será uma grande escola”, completa a mãe, Jane.
Guto faz questão de ressaltar que foi uma viagem planejada, o que incluiu a educação dos filhos. Não se trata de um passeio. “É um projeto de vida nômade com responsabilidade e rotina”, concluiu. O casal já conheceu juntos 25 países e em algumas das viagens foram acompanhadas das crianças. Caio conhece, por exemplo, Portugal, Itália, Israel, Egito e Turquia.
*Com informações da assessoria de imprensa da família, Reverso Comunicação Integrada
