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6 de agosto de 2015
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12:46

Há 70 anos, Hiroshima era atingida pela primeira bomba atômica da história

Por
Sul 21
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Há 70 anos, Hiroshima era atingida pela primeira bomba atômica da história
Há 70 anos, Hiroshima era atingida pela primeira bomba atômica da história

Da RBA

Ataque realizado pelos Estado Unidos deixou centenas de milhares de mortos e feridos no ato da explosão e seguiu fazendo vítimas ao longo dos anos

Imagem da nuvem atômica de Hiroshima, que se acredita ter sido formada cerca de 30 minutos após a detonação
Imagem da nuvem atômica de Hiroshima, que se acredita ter sido formada cerca de 30 minutos após a detonação

Em 6 de agosto de 1945, às 8h16 (horário do Japão), o bombardeiro norte-americano B-29 apelidado de “Enola Gay” lança a primeira bomba atômica (“Little Boy”) sobre a cidade de Hiroshima, sede do comando militar do Japão Imperial.

A explosão provocaria a morte de cerca de 100 mil pessoas como resultado direto da detonação e outras 35 mil ficariam feridas. Pelo menos mais 60 mil pessoas faleceram até o final daquele ano como resultado dos efeitos catastróficos da chuva radioativa. Destruiria, ademais, a cidade num raio de dois quilômetros. As radiações continuariam a fazer numerosas outras vítimas ao longo dos anos subsequentes.

A explosão foi decidida pelo presidente norte-americano Harry S. Truman para alegadamente pôr fim a Segunda Guerra Mundial.

Truman, desalentado pela resposta japonesa às exigências da Conferência de Potsdam que reunira os chamados “três grandes”: Reino Unido, Estados Unidos e União Soviética, de rendição incondicional, tomou a decisão, pressionado pelos seus comandos militares e alertado pelos cientistas quanto às consequências do lançamento, de empregar a bomba atômica.

A alegação era de evitar o que se predizia que a perda de vidas humanas de soldados norte-americanos seria muito maior se tivessem de invadir com suas tropas o território japonês. Desse modo, em 5 de agosto, enquanto um bombardeio “convencional” estava a caminho, “Little Boy,” (o apelido de uma das duas bombas atômicas disponíveis para serem usadas contra o Japão) foi carregada a bordo do avião do tenente-coronel Paul W. Tibbets na ilha Tinian do arquipélago das Marianas.

O B-29 de Tibbets, chamado de Enola Gay, o nome de sua mãe, deixou a ilha às 02h45 de 6 de agosto. Cinco horas e meia mais tarde, “Little Boy” foi lançado. Quarenta e três segundos mais tarde, a 543 metros acima do ponto de mira, que acabou sendo um hospital, a bomba explodiu, liberando uma potência equivalente a 12.500 toneladas de TNT. A bomba tinha diversas inscrições sobre sua blindagem, uma das quais se podia ler: “Saudações ao Imperador dos tripulantes do Indianapolis” (o navio que transportou a bomba até as ilhas Marianas).

“Cogumelo púrpura”

Em seu livro de memórias, Tibbets fala sobre a “visão aterradora que pudemos observar quando tomamos um curso que nos oferecia uma visão lateral da cidade devastada, em chamas. O gigantesco cogumelo púrpura já tinha subido a uma altitude de 13,5 mil pés (cerca de 4,1 mil metros) e continuava a disparar contra o alvo, fervilhante, como se terrivelmente vivo.”

O tenente-coronel Tibbets jamais vacilou na defesa da missão que comandou. “Eu estava ansioso para executá-la. Queria fazer tudo que pudesse para derrotar o Japão. Queria matar os bastardos. Era essa a atitude nos EUA, naqueles anos”, disse certa vez.

Havia cerca de 90 mil construções em Hiroshima antes da bomba e somente 28 mil permaneceram de pé após a explosão. Havia perto de 200 médicos na cidade antes da detonação e apenas 20 sobraram vivos e em condições de prestar socorro. Havia 1780 enfermeiras e apenas 150 estavam com capacidade de ocupar-se dos enfermos e dos moribundos.

Segundo a obra clássica Hiroshima de John Hersey, o prefeito da cidade havia disposto centenas de meninas para preparar rotas de fuga no caso de lançamento de bombas incendiárias. Elas estavam todas em campo aberto quando o Enola Gay despejou sua carga.

Havia tantos focos de incêndio espontâneo como resultado da explosão, que um tripulante do Enola Gay teve de parar de contá-los. Todavia, outro tripulante anotou: “É terrivelmente belo. Que momento estamos vivendo.”


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