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28 de maio de 2014
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21:46

Com Olívio ao Senado, chapa de Tarso é lançada

Por
Sul 21
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olivio tarso abigail pedro revillion red
Anúncio da chapa completa encabeçada por Tarso Genro ocorreu nesta quarta-feira|Foto: Pedro Revillion

Jaqueline Silveira

Com a sede do PTB Metropolitano lotada, os partidos aliados à reeleição do governador Tarso Genro (PT) anunciaram, no começo da tarde desta quarta-feira (28), a chapa majoritária. A ex-secretária de Turismo Abgail Pereira (PC do B) será candidata a vice e o ex-governador Olívio Dutra (PT) concorrerá ao Senado.

As negociações feitas nos últimos dias mudaram a composição inicialmente prevista da chapa e, ao mesmo tempo, o cenário eleitoral no Rio Grande do Sul. Pelo acordo, o PTB indicaria o vice, que teve entre os cogitados para a vaga o deputado Luis Augusto Lara, a ex-prefeita Keli Morares e o ex-chefe da Polícia Civil Ranolfo Vieira, e o PC do B, apresentaria o nome ao Senado, que seria Emília Fernandes. O PTB, porém, abriu mão de indicar o companheiro de chapa de Tarso, e o PC do B retirou a pré-candidatura ao Senado em prol de Olívio. Antes um pouco do anúncio da majoritária, os comunistas se reuniram e definiram pelo nome de Abgail como vice.

Unanimidade no PT e respeitado pelos aliados, Olívio revigora a militância petista para campanha de Tarso e traz competitividade na disputa ao Senado, que, por enquanto, tem como pré-candidatos confirmados: o jornalista Lasier Martins (PDT),  o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) e o professor Júlio Flores (PSTU).

Anfitrião no ato político, o presidente estadual do PTB, deputado federal Luiz Carlos Busato, disse que a pré-candidatura do ex-governador mexe no cenário eleitoral.

Participação de Olívio Dutra na disputa foi um dos temas mais comentados no cenário eleitoralFoto: Pedro Revillion
Participação de Olívio Dutra na disputa foi um dos temas mais comentados no cenário eleitoralFoto: Pedro Revillion

“Temos certeza que muda o quadro político”, destacou o dirigente, elogiando a unidade da aliança e os petebistas que colocaram o nome à disposição para concorrer a vice de Tarso. Sobre ter mais espaço no governo em troca da retirada da pré-candidatura, Busato disse que isso não foi tratado. “Não discutimos espaços, o que queremos é participação das decisões de governo daqui para frente”, afirmou o deputado.

No mesmo tom do petebista quanto à unidade, a presidente do PC do B no Estado, deputada federal Manuela D’Ávila, ressaltou que seu partido tinha duas conquistas para comemorar com a composição da chapa. A primeira delas é em relação à pré-candidatura de Olívio por ser, segundo ela, “um homem que engrandece o Rio Grande do Sul”. Já outra conquista trata-se da escolha de Abgail para ser vice do atual governador “Fizemos um gesto de retirar a nossa candidatura (ao Senado), engrandecemos a nossa chapa e preservamos a nossa unidade”, declarou Manuela, sobre as negociações de composição da aliança. Ela negou que a saída de Emília Fernandes da chapa esteja condicionada ao apoio do PT a sua candidatura à prefeitura de Porto Alegre, em 2016. “Não discutimos o futuro”, garantiu a deputada, que afirmou que não houve veto dos petistas à candidatura de Emília. A ex-senadora não compareceu ao evento.

Chefe do PT estadual, Ary Vanazzi agradeceu aos partidos “pela grandeza” demonstrada nos últimos dias e que possibilitou a composição da chapa. Já com um pronunciamento de pré-candidata, Abgail procurou exaltar as virtudes do governo Tarso Genro, dando o tom do discurso na campanha. “Vimos nosso Rio Grande crescer economicamente e se desenvolver socialmente”, ressaltou a ex-secretária de Turismo. E prosseguiu: “Me sinto orgulhosa e entusiasmada com a tarefa que o meu partido me deu”.

Ex-governador defendeu a reforma política

O momento do pré-candidato ao Senado falar foi antecedido por gritos entusiasmados da militância: “Olívio, Olívio, Olívio”. Com voz mansa, como de costume, o ex-governador afirmou que pensou bastante e consultou amigos sobre a decisão. “Fico muito orgulhoso e honrado. Tenho meditado bastante! Eu durmo pouco e tenho dormido menos ainda”, acrescentou. Diante do olhar atento dos militantes petistas e dos aliados, Olívio afirmou que a tarefa de todos é “aperfeiçoar e aprimorar o projeto que está fazendo bem para o Rio grande e para o Brasil”, numa referência à reeleição dos governos Tarso Genro e Dilma Rousseff. Ele também defendeu um “Estado que funcione para todos, senão para a maioria” e a reforma política. “Não podemos ser objeto da política, temos de ser sujeitos da política. Eu sou militante dessas ideias”, concluiu ele.

Tarso destacou que a aliança entre os  partidos é baseada em princípios| Foto: Pedro Revillion
Tarso destacou que a aliança entre os partidos é um relação programática| Foto: Pedro Revillion

Governador disse  foi construída uma aliança de princípios 

Saudado pela militância, principalmente pelo do PTB que chegou ensaiar um canto, o governador se disse comovido com a manifestação dos petebistas, agradecendo a todos os aliados pelo esforço em prol da unidade da coligação. “Esse tipo de postura é baseado numa relação programática, de princípios”, afirmou Tarso, sobre aliança construída. Em seu discurso, ele criticou os ataques feitos aos partidos e políticos que, segundo ele, “está na moda”, e que  só fortalecem, por exemplo, o autoritarismo. O pré-candidato destacou que a aliança feita no Estado ainda será exemplo para o Brasil. “Nenhum de nós, aqui, pleiteou ser candidato. Eu aceitei uma missão política dada pelo meu partido. O Olívio não era candidato, não se ofereceu para ser”, frisou Tarso.

Especificamente sobre seus companheiros de chapa, Olívio e Abigail, o governador declarou que aprendeu a respeitá-los durante sua trajetória. “A Abigail enriquece e dá vigor a nossa chapa, e o Olívio é muito mais que um membro de um partido, é um símbolo político da dignidade nacional”, elogiou Tarso. Depois de finalizar a manifestação, o governador voltou ao microfone para agradecer a um político que ajudou na composição da aliança: ex-senador Sérgio Zambiasi (PTB). Disse que não fez antes de propósito porque não estava autorizado.

Em todos os discursos, os aliados evitaram ataques aos adversários, procurando destacar o crescimento do Estado nos campos econômico e social. Discurso que deverá ser repetido no dia 6 de junho, quando será lançada a majoritária com as presenças da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e ao longo da campanha eleitoral. Já a confirmação das candidaturas deverá ocorrer depois do dia 10 de junho, data que abre o calendário das convenções.


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